quarta-feira, 4 de junho de 2025

A província de Chubut, na Patagônia Argentina, é última fronteira do vinho no Hemisfério Sul

Todos que são apaixonados por vinhos sabem que a grande maioria das regiões vitivinícolas do mundo encontram-se entre os paralelos 30° a 50° Norte e Sul, consideradas as latitudes ideais para o crescimento da videira e a produção de vinhos maravilhosos.

Porém, esse é o mundo ideal, pois a geografia local muitas vezes impõe vários desafios aqueles que se dedicam a vitivinicultura, principalmente quando ela ocorre nas latitudes mais extremas desses 30° a 50°, consideradas ideais.

No continente americano, com exceção da América Central, pode-se encontrar regiões vitivinícolas desde a latitude de 46° Sul na Argentina, até a de 53° Norte no Canadá. Isso proporciona uma imensa diversificação de climas, relevos, características ambientais e legados históricos, que contribuem de forma decisiva para a grande variedade de vinhos que temos no continente americano.

O mapa da América do Sul tem a forma aproximada de um triangulo invertido, assim quanto mais para o Sul menor é a quantidade de terras emersas. As correntes marítimas frias (Humbolt no Pacífico e Malvinas no Atlântico), exercem forte influência no clima em latitudes acima de 45° Sul, além das constantes ondas de frio oriundas da Antártica. Isso, praticamente inviabiliza a vitivinicultura em latitudes maiores que 46° Sul, ao contrário da América do Norte onde, há maior quantidade de áreas emersas e vinhedos em latitudes acima de 50° Norte.

A província de Chubut, no coração da Patagônia Argentina, é a província vitivinícola mais austral (do Sul) das Américas. Está localizada entre as latitudes de 42° Sul na fronteira com a província de Rio Negro, e de 46° Sul na fronteira com a província de Santa Cruz. É limitada a Oeste pela Cordilheira dos Andes (71° Oeste) e a Leste pelo Oceano Atlântico (65° Leste). É considerada a “Última Fronteira do Vinho" devido ao seu clima extremo e condições desafiadoras que tornam a produção de vinho um feito heroico. 

Regiões vitivinícolas na província de Chubut

Na província de Chubut duas regiões são importantes para a vitivinicultura, os Andes e a Planície Central.

Os Andes, localizados na porção mais a Oeste da província, estão presentes ao longo da fronteira com o Chile, onde os ventos úmidos oriundos do Oceano Pacífico, se elevam e ultrapassam a cordilheira, fazendo com que a umidade precipite no lado argentino dela, deixando o restante da província em direção ao Leste, árida.

O relevo de cordilheira nessa região se destaca por seus picos com altitudes entre 1.500 e 2.000 metros, que vão decrescendo em direção ao Sul da província.  É onde o clima frio desafia a produção de variedades de uvas tradicionais, destacando-se o predomínio das variedades brancas.

É nessa porção da província de Chubut mais ao norte, entre as latitudes de 42° e 43° Sul, na cordilheira, que estão localizadas duas importantes áreas vitivinícolas, El Hoyo e Trevelin.

Planície Central ocupa cerca de 80% do território da província de Chubut. Apresenta um relevo de planície e alta aridez, ou seja, é o oposto da região dos Andes.  É caracterizada por sua superfície plana e de baixa altitude, em torno de 300 metros. Essa é a porção mais árida e plana de Chubut.

No extremo sul da província, mais próximo do Oceano Atlântico do que da cordilheira, está localizada outra área vitivinícola importante, Sarmiento, na latitude de 45°55’Sul. Esse é o ponto mais Austral da vitivinicultura no hemisfério Sul, uma vez que está mais ao Sul que a província de Queenstown, na Nova Zelandia, que está a 45°31’S.

Clima das regiões vitivinícolas da província de Chubut

O tipo climático predominante na província é frio e semiárido, com uma grande amplitude térmica diária. As temperaturas médias anuais variam de 8°C a 12°C. No inverno, podem chegar a -10°C e no verão, podem atingir mais de 40 °C. A média anual de precipitação pluviométrica é de cerca de 250mm, com chuvas mais concentradas entre os meses de abril e maio.

Contudo, há que se ter em mente que as condições climáticas sofrem mudanças importantes à medida que nos afastamos da Cordilheira, mais úmida e mais “verde”, e nos aproximamos da costa do Atlântico, mais seca. Apesar de que a maioria das vinícolas produzam vinhos com as mesmas variedades de uva, essa diferença entre o clima de montanha e o de planície, se refletirá nas características dos vinhos.

 A porção andina da província, onde estão localizadas as áreas vitivinícolas de El Hoyo e Trevelin, se destaca por seus picos nevados durante todo o ano e condições climáticas extremas. Apresenta verões curtos e secos, influenciado pela alta altitude e predomina o clima semiárido frio e mediterrâneo subalpino

A altitude é um fator determinante na definição deste clima. As temperaturas baixam consideravelmente durante o inverno, com temperaturas que diminuem com a elevação e a formação de paisagens montanhosas sendo a média anual de 8°C, não raro elas chegam a 0° C.  As precipitações variam de 700 mm a mais de 2.500 mm/ano e a ocorrência de neve durante o inverno.

O clima frio os ventos fortes e as geadas conferem aos vinhos dessas áreas vitivinícolas características únicas, como frescura, notas frutadas e boa acidez.

Na maior parte do território da província de Chubut predomina o tipo climático Árido Frio que corresponde a Planície Central. É caracterizado por verões quentes e invernos frios, pela grande variação de temperatura anual e pela alta diferença de temperatura entre o dia e a noite. 

Em Sarmiento o clima é árido frio, com verões ensolarados, porém com invernos frios, grande amplitude térmica e precipitação média ao redor de 200 mm/ano. Nessa parte da província as temperaturas no verão, podem atingir mais de 40 °C, sendo a temperatura média anual de 10° a 12 °C.

As latitudes abrangidas pelo território da provincia de Chubut está entre 42° Sul e 46° Sul. Asssim, desde o Norte até o Sul da provincia são pelo menos 4 diferentes latitudes, sendo que a distância em km entre cada uma delas é de aproximadamente 111km. Essas distâncias são suficientes para que a provincia apresente climas diferentes entre o Norte e o Sul, o que seguramente irá interferir diretamente no cultivo das uvas e no vinho produzido, mesmo que a maioria das vinícolas cultivem as mesmas variedades de uvas.

Assim, na provincia de Chubut as temperaturas, entre a porção Norte (menor latitude) e a porção Sul (maior latitude), variam ao longo do ano. No inverno, a temperatura média nos meses mais frios varia de 6° a 7 ° nas partes do Norte da província (El Hoyo e Trevelin), e de 4° a 7 °C nas partes do Sul (Sarmiento). 

Uma característica definidora do clima na província de Chubut é o vento forte presente em todo o seu território. Ele é um fator adicional que torna a maior parte dela seca, uma vez que favorece a evaporação da umidade.

Mas porque descrever com mais detalhes o clima de uma região vitivinícola? Porque todas essas variáveis climáticas definem o tipo de vitivinicultura, as variedades cultivadas e os tipos de vinhos produzidos nela, em qualquer parte do mundo.

A vitivinicultura em Chubut ainda é jovem, porém já demonstra um grande potencial sendo a Pinot Noir a estrela da Patagônia Austral. É a variedade que se destaca na região, sendo praticamente cultivada por todas as vinícolas.

A influência do clima na vitivinicultura fica evidente se tomarmos como exemplo essa variedade, que é cultivada em Mendoza e em Chubut. Em ambas as províncias essa casta inicia sua brotação na mesma época do ano, mês de outubro. Porém, o período de colheita é diferente de uma para outra, e a latitude e o clima local são fatores importantes nessa diferença.

Mendoza está a 32°89’ S e a 853m de altitude e Trevelin, em Chubut, está a 43°09’ S e a 380 m de altitude. Mesmo Mendoza estando a 473 metros de altitude acima de Trevelin, as temperaturas nessa são menores, porque a latitude é maior.  Veja os gráficos de temperatura e precipitação que seguem. 

Em Mendoza a colheita acontece entre o final de janeiro e início de fevereiro, já em Chubut a colheita tem início em meados de abril, isso se deve ao frio nessa região que exige um tempo de cultivo maior para o amadurecimento das uvas. Essas diferenças no clima, irão aparecer de forma significativa no perfil sensorial do Pinot Noir de cada uma das regiões, na hora da degustação.

O clima frio de Chubut, ventoso, com verões curtos, invernos rigorosos e ventos constantes, faz com que as vinhas cresçam em um ritmo lento, resultando em vinhos mais delicados, leves, de alta acidez e aromas refinados.

Em Chubut cultivam-se variedades mais adaptadas ao clima frio e de ciclo curto, como a Chardonnay, Gewürztraminer, Pinot Gris, Riesling, Sauvignon Blanc, Pinot Noir e Merlot.

Terroirs Únicos:

A produção de vinho em Chubut impulsiona a indústria do vinho argentina, para além das regiões mais tradicionais, como Mendoza, mostrando que é possível produzir vinhos de alta qualidade em regiões antes consideradas impróprias e de grandes desafios para o cultivo de uvas.  

A região de El Hoyo, no extremo Norte, expressa a sua tipicidade, com vinhedos que foram recuperados após um incêndio e que agora produzem vinhos com alta qualidade e identidade.  Nela são encontradas as seguintes vinícolas:

Patagonian Wines: é a bodega pioneira na produção de vinhos na região.  Fundada por Bernardo Weinert, um brasileiro radicado na Argentina, com o enólogo Darío González Maldonado, deu início a produção vitivinícola da Patagônia. Situada a 10 km ao Sul do paralelo 42° Sul, a 300m acima do nível do mar e a 17Km da fronteira com o Chile. O primeiro vinhedo, da variedade Merlot, foi plantado em 1998. Possui 12,5 hectares, dos quais 10,5 são cultivados com Merlot, Pinot Noir, Chardonnay, Riesling e Gewürztraminer. Devido ao sensível aumento das temperaturas, nos últimos anos, castas tintas de ciclo mais longo, como a Merlot, têm se adaptado muito bem na região. A vinícola produz cerca de 80.000 garrafas por ano.

(https://patagonianwines.com/)

Bodega Y Viñedos Ayestarán Allard: produz vinhos com a Indicação Geográfica (IG) El Hoyo. A vinícola boutique está localizada nas encostas da colina Currumahuida. As variedades plantadas são Chardonnay, Gewürztraminer, Riesling, Sauvignon Blanc, Merlot e Pinot Noir. Os verões frescos e de grande amplitude térmica permitem uma maturação prolongada e completa das uvas. Além disso, os solos, predominantemente argilosos e permeáveis, acumulam as águas das chuvas, dispensando a irrigação artificial.

(https://www.instagram.com/bodega.ayestaran/  https://www.facebook.com/profile.php?id=61555137437984#)

Na região de El Hoyo são encontradas também as vinícolas Bodega Chacra Adamow, Bodega y Viñedos Oriundo e Mammarelli Wines.

Na região de Trevelin destacam-se as seguintes vinícolas:

Viñas del Nant y Fall: Vinícola pioneira na região, localizada a 12 km de Trevelin, na Ruta 259 que leva ao Chile. Um empreendimento familiar iniciado em 2010 e que se tornou um ponto para o enoturismo. Tem plantado 2,5 hectares de videiras, que produzem cerca de dez mil garrafas. As principais variedades são a Pinot Noir original e a Chardonnay, Gewürztraminer, Riesling e algumas fileiras de Torrontés. 

(https://www.instagram.com/vinasdelnantyfall/?hl=es; https://blog.winesofargentina.com/pt-pt/wofa-pt/vinas-de-nant-y-fall/)

Casa Yagüe Vinos Australes: Localizada a 22 km de Trevelin, produz vinhos com foco na sustentabilidade e produção artesanal. Iniciou sua produção em 2014, com o plantio de uvas Chardonnay e Sauvignon Blanc. O primeiro vinho foi lançado em 2017. Atualmente tem vinhedos das variedades Semillón, Marsanne, Cabernet Franc, Pinot Noir e Malbec.

(https://www.instagram.com/casayague/; https://www.interpatagonia.com/trevelin/casa-yague-discovering-southern-wines.html)

Contra Corriente:  O nome da vinícola é inspirado no fato de que as trutas, peixe típico da Patagônia, nadam contra a corrente em águas rasas, no período da desova. A bodega tem 4 hectares de vinhas plantados em solos que variam de aluviais a argilo-glaciais.  As castas são Pinot Noir, Chardonnay, Gewürztraminer e Riesling, produzindo menos de 10.000 garrafas de vinho por ano. Contra Corriente é um projeto de dois amigos de infância, pioneiros em uma nova região vinícola. É uma das primeiras vinícolas a utilizar o clima extremamente frio e o terroir do Sul da Patagônia para produzir vinhos únicos, gastronômicos e frescos, mais complexos e intensos.

(https://contracorrientewinery.com/)

Em Trevelin também podem ser encontradas as vinícolas Familia Schroeder, Bodega Ribera del Cuarzo e a Bodega Miras

Em agosto de 2020 o Instituto Nacional de Vitivinicultura reconheceu Trevelín como Indicação Geográfica (IG). É uma das mais novas indicações geográficas (IG) da Argentina, alcançada em 2020.

Na região de Sarmiento, no extremo Sul da província de Chubut, destaca-se a vinícola Bodega Otronia, situada “En La Frontera de lo Posible” conforme mencionado no site da vinícola. É a vinícola mais austral do mundo e se autodenomina "Patagônia Extrema", devido ao clima extremo e ao desafio de cultivar videiras nessa região Sul do planeta. Localizada no coração da Patagônia, no paralelo 45°33’ Sul, é provavelmente, a última fronteira do Sul para cultivar videiras.  Está localizada as margens do Lago Musters e o nome Otronia vem dos antigos povoadores que chamavam de Otrón esse lago.  O clima frio de Sarmiento tem grande influência no caráter dos vinhos, na acidez, na pureza e no perfil aromático distinto. O plantio de uvas começou em 2010 com as variedades Chardonnay, Gewürztraminer, Pinot Gris, Riesling, Torrontés, Pinot Noir, Merlot e Malbec.

(https://www.otronia.com/)

Devido ao fato dessas vinícolas estarem localizadas na porção mais austral possível para a produção de vinho, as torna únicas e um verdadeiro desafio, mas ao mesmo tempo uma experiência enriquecedora para a vitivinicultura. 

Fontes:

https://vaocubo.com/2023/07/11/chubut-ultima-fronteira-do-vinho-argentino/#:~:text=LocalizadanaPatagoniaargentinafaz,encabeçadospelostehuelchesemapuches.

https://vaocubo.com/2023/07/11/chubut-ultima-fronteira-do-vinho-argentino/#:~:text=Chubutconhecidaser,produzindovinhosdealtaqualidade.

https://www.wine-searcher.com/regions-patagonia?srsltid=AfmBOoogR95v60AHz7KDjOR7gcg1bXRcgSQSqnETyNYq3eqhCnBol3N9

https://tribunademinas.com.br/acervo/da-vinha-ao-vinho/09-09-2023/descubra-chubut-na-patagonia-a-ultima-fronteira-do-vinho-argentino.html

https://blog.winesofargentina.com/pt-pt/breaking-pt/comarca-andina-2/


 







terça-feira, 29 de abril de 2025

GOVERNADOR EDUARDO LEITE SANCIONA LEI QUE INSTITUI VINHO E ESPUMANTE COMO SÍMBOLOS OFICIAIS DO RIO GRANDE DO SUL

Nesta última segunda-feira, dia 28 de maio de 2025, em cerimônia realizada no Palácio Piratini, em Porto Alegre, o governador Eduardo Leite sancionou a lei que institui vinho e espumante como  símbolos oficiais do estado do Rio Grande do Sul.


O Projeto de Lei, foi apresentado pelo deputado estadual Guilherme Pasin, em   2023, tendo como principal objetivo valorizar a rica tradição vitivinícola do estado, reconhecendo sua importância histórica, cultural e econômica. Em seu discurso na solenidade, comemorou a conquista: “Estamos eternizando a relação do povo gaúcho com a cultura da uva e do vinho, que é parte da nossa história e do nosso futuro”

(https://www.instagram.com/reel/DH6yx-gOnqL/?igsh=Y3Z3b3d5a2cyeHU5)

Essa iniciativa pretende valorizar a cadeia vitivinícola, fortalecer o enoturismo e projetar o RS como destino turístico e cultural de excelência. Ela reforça o protagonismo do Estado como maior produtor nacional de vinhos e espumantes, onde se concentra 90% da produção brasileira.

O ato contou com a presença de autoridades, representantes do setor vitivinícola e lideranças regionais, celebrando o reconhecimento de produtos que ajudam a contar a história e a identidade dos gaúchos. A nova legislação deve impulsionar ainda mais o setor, estimulando o enoturismo e atraindo visitantes para as áreas produtoras.

 Na ocasião o governador Eduardo Leite enfatizou que:

  • "Sem produtor, não há produto. Ao tornar o vinho e espumante símbolos oficiais, estamos reconhecendo a força de uma cadeia produtiva que nos orgulha e que é parte da identidade do nosso povo"
  • O governador destacou que a medida valoriza todo o trabalho desenvolvido nas regiões produtoras e reforça o reconhecimento nacional e internacional da qualidade dos produtos gaúchos.
  • Ele também enfatizou que o fortalecimento da vitivinicultura estimula o desenvolvimento econômico, gera empregos, amplia o enoturismo e contribui para a promoção cultural do Estado. 
  • Estamos falando de uma atividade que movimenta a economia, atrai visitantes e projeta o Rio Grande do Sul para o mundo”, concluiu.


O secretário de Turismo, Ronaldo Santini, ressaltou o impacto positivo da medida para a promoção turística e constatou ainda que a oficialização dos produtos como símbolos estaduais fortalece a imagem do Rio Grande do Sul nos mercados nacional e internacional, fomentando o enoturismo e ampliando o fluxo de visitantes ao interior. 

A produção de vinhos e espumantes, profundamente enraizada na identidade gaúcha, é um marco que representa não apenas a herança de gerações, mas também um dos pilares que sustentam a economia regional. 

Além de nacionalmente, esses produtos também se destacam no mercado internacional pela sua qualidade, com ênfase em regiões como a Serra e a Campanha Gaúcha, além de novas e promissoras regiões como a Serra do Sudeste e Missões. De acordo com dados do Consevitis-RS, o Rio Grande do Sul possui quase 42 mil hectares de cultivo de uva. Em 2024, a produção vinícola somou 351 milhões de litros, com mais de 125 milhões de litros destinados a vinhos e espumantes. 

O reconhecimento do vinho e do espumante como símbolos oficiais do Estado é uma ação que está em consonância com o objetivo de posicionar o Rio Grande do Sul como um dos principais destinos enoturísticos do país. 

Fontes: 

Bernardo Zamperetti/Ascom Setur; https://www.agricultura.rs.gov.br/leite-sanciona-lei-que-institui-vinho-e-espumante-como-simbolos-do-rio-grande-do-sul#:~:text=ORioGrandedoSul,PalacioPiratiniemPortoAlegre

https://www.terra.com.br/noticias/vinho-e-espumante-se-tornam-simbolos-oficiais-do-rio-grande-do-sul,44ec7144e6a6dce52400e3f991d5f2856ej8nz0v.html?utm_source=clipboard 

https://rdplanalto.com/sancionada-lei-que-institui-vinho-e-espumante-como-simbolos-oficiais-do-rio-grande-do-sul/ 

https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/04/29/lei-que-institui-vinho-e-espumante-como-simbolos-do-rs-e-sancionada-por-eduardo-leite.ghtml

 


 



 



sexta-feira, 7 de março de 2025

EXPERIÊNCIA ENOGASTRONÔMICA NA VINÍCOLA MADRE TERRA

 

Como faço anualmente no mês de fevereiro, fui até a Escola de Gastronomia da Universidade de Caxias do Sul-UCS, em Flores da Cunha, RS, para ministrar a minha aula sobre Geografia do Vinho, no Curso 4 - Degustação técnicas de bagas – Terroir, Tipicidade, Clima/Solo e & Assemblages da Concept Wine (https://conceptwine.com.br). Nessa aula eu abordo os elementos climáticos e os fatores geográficos, ambientais e os eventos adversos que influenciam na vitivinicultura, além das indicações geográficas brasileiras.

Dias antes, entre as várias mensagens que recebo pelas redes sociais sobre vinho, me deparei com uma que me interessou muito, era sobre uma experiência gastronômica única na Vinícola Madre Terra (https://www.instagram.com/vinicolamadreterra). Essa é uma vinícola boutique que abraça a filosofia da agricultura regenerativa, conduzida com respeito ao Terroir e à sociobiodiversidade. Ela está localizada em Flores da Cunha, Serra Gaúcha, na região da Capela São João a 847 metros de altitude, onde são elaborados microlotes de vinhos e espumantes. 


Como minha aula na Concept Wine/UCS era na sexta-feira pela manhã e a Experiência Enogastronômica era no sábado pela manhã, eu resolvi aderir a ela, uma vez que adoro cozinhar e frequentemente nos finais de semana tenho ataques de cozinheira, onde experimento as mais variadas receitas, sempre devidamente acompanhadas de bons vinhos. Fiz minha reserva no evento e no sábado pela manhã lá me fui para a vinícola aberta a desfrutar dessa experiência enogastronômica.

Éramos seis participantes e quem nos recebeu e conduziu toda a experiência gastronômica foi a competente e simpática primeira gastrônoma doutora no Brasil e enóloga Tainá Zaneli, filha dos proprietários da vinícola, e que dedicou parte de sua formação profissional a relação do vinho com a gastronomia.

Foi nosso dia de Chef! E para ficar na memória tudo que aprendemos, no início das atividades, recebemos um livreto com as receitas que seriam preparadas em aula, sob a orientação da Chef Tainá.

Nesse folheto está mencionado que: “a proposta dessa experiência gastronômica é cozinhar, beber e comer.  A enogastronomia é o conjunto de conhecimentos, técnicas e práticas relacionadas à harmonização de vinhos com pratos”. Assim, o participante irá aprender, sob a orientação da Tainá:

  • Os elementos sobre análise sensorial;
  • Os elementos sobre harmonização de vinhos e alimento; e,
  • Receitas que serão elaboradas e degustadas em aula.

Uma experiência deliciosa, vale a pena vocês tentarem, ela é realizada nas sextas-feiras e nos sábados, mediante reserva. Detalhe, o participante não precisa ser nenhum chef de cousine experiente, a Chef Tainá orienta a todos na preparação das receitas. Na realidade é uma aula de enogastronomia muito divertida e, claro, deliciosa.

Ao chegarmos na vinícola fomos recebidos pela Tainá, em um ambiente acolhedor a beira do lago rodeado de Araucárias e outros tipos de vegetação. O evento estava marcado para começar as 10:30 e finalizar as 15:30, onde cada uma de nós pôs, literalmente, a mão na massa. Foi uma experiência em que preparamos nossa própria refeição desde a entrada, o prato principal até a sobremesa, todos harmonizados com rótulos da Madre Terra.

As atividades são realizadas na cozinha gourmet da vinícola, como pode ser vista na foto e onde há uma mesa enorme de madeira, lindíssima. É nessa cozinha onde os participantes se reúnem para aprender a elaborar cada um dos pratos sugeridos. Cada participante prepara o seu, e, claro, conversar muito e rir muito também faz parte da experiência, além de poder admirar os vários vinhos elaborados pela Madre Terra.

 

Como boas-vindas e dando início a nossa experiência enogastronômica, começamos os trabalhos com um brinde com o espumante Madre Terra Ventrez Brut Rosé. Para acompanhar foi servido como couvert, uma tábua de frios e pães, moranguinhos e uvas, para nos inspirarmos e entrarmos de vez no espírito dessa experiência. Foi o nosso momento de boas-vindas.

O espumante é elaborado com uvas Pinot Noir, de coloração rosé gold claro, com reflexos brilhantes e perlage constante. Aroma intenso, com notas cítricas de tangerina, de frutas vermelhas, como romã e toques florais de rosas e mel de jataí. Apresenta boa acidez, o que lhe confere grande refrescância e cremosidade. Harmoniza com lombo suíno com molho de pitanga e mousse de chocolate branco com coullis de framboesa. A graduação alcoólica é de 11% e a temperatura de serviço é 4° a 6°C.

Como vocês podem ver na foto, antes de preparar qualquer outro prato tratamos de fazer a sobremesa, um tiramissu, que em seu preparo, entre outras coisas, tem nata, queijo mascarpone, biscoito champagne e licor de café. Para ficar delicioso, esses ingredientes devem ser batidos e postos em um recipiente e levado a geladeira, para estar gelado na hora de ser saboreado. Por essa razão começamos por ele, detalhe, nessa experiência cada participante prepara a sua porção de cada um dos pratos. 


Na sequência, partimos para a elaboração do primeiro prato a salada caprese com pesto de baru. Essa foi a primeira vez que preparei pesto na vida, nunca me interessei antes pela simples razão que não sou muito fã de pesto. Mas modéstia à parte, o pesto que eu preparei ficou maravilhoso. Como vocês podem ver nas fotos, na preparação de cada prato o bate papo corria solto.

Com o pesto pronto preparamos a salada caprese, com tomate cereja, muçarela de búfala (que eu amo), manjericão, sal e pimenta a gosto com um fio de azeite. Regamos tudo isso com o molho pesto e harmonizamos com o vinho Madre Terra Ventrez Sauvignon Blanc.

 

Esse Sauvignon Blanc é sem passagem por barrica, de coloração amarelo palha com reflexos esverdeados, límpido e de baixa intensidade. Com aromas intensos de frutas frescas como maracujá, goiaba branca, pera e maçã verde, além de um toque de broto de tomate, folha de limão e arruda. No paladar apresenta acidez equilibrada, boa estrutura de corpo, intensidade de sabor alta e final de boca longo. A temperatura de serviço é 8° a 10° C. Tem um alto potencial gastronômico, podendo ser servido com salada de manga picante, casquinha de siri, bolinho de bacalhau, ceviche de tilápia e harmonizou maravilhosamente com a salada que preparamos.

 Em seguida partimos para a elaboração do segundo prato uma pasta fresca com molho de cogumelos. Amei, uma vez que sou fã incondicional de cogumelos.   

Começamos pela preparação da pasta fresca e devo confessar que esse foi o momento, para mim, mais especial de toda a preparação dos pratos que degustamos. Me fez recordar quando eu era criança/adolescente e frequentemente minha mãe preparava pasta em casa e eu auxiliava nessa preparação.  Isso significava que parentes ou amigos viriam para o almoço, naquele dia, o que era sempre uma festa. O momento que eu mais gostava era quando ela passava a pasta pela máquina, como na foto, onde uma bola disforme se transformava em um spaghetti ou tagliarini. 

Enquanto a pasta descansava, antes de passar pela máquina e ser cozida, começamos a preparação do molho de cogumelos com nata, onde foram utilizados shitake, shimeji e cogumelo-paris, regados com vinho branco e finalizado com queijo parmesão. Cozinhamos a pasta e cobrimos com esse molho maravilhoso. Esse prato foi o Gran Finale da nossa deliciosa experiência de elaboração do nosso almoço e sua harmonização com os vinhos. 

Para harmonizar com a pasta degustamos um Madre Terra Pinot Noir AuraZ Rosé Nobre, 100% Pinot Noir cultivada na região da Serra do Sudeste sem passagem por barricas. Vinho seco, de acidez equilibrada, encorpado, intensidade de sabor alta e final de boca longo. Apresenta aroma intenso de frutas maduras como melão espanhol, cereja, framboesa, morango, pitanga, com toque floral delicado de jasmim amarelo além da baunilha, cravo e creme de papaia. Este vinho pode ser harmonizado com involtini de parma recheado com queijo chevre e bobó de camarão, polenta cremosa com bochecha de porco em demi glace. Harmonizou perfeitamente com a pasta fresca com molho de cogumelos, confesso que sou fã de vinhos rosés.

 Para finalizar a nossa maravilhosa experiencia enogastronômica fomos desfrutar do jardim da vinícola onde, a sombra de arvores e a beira do lago saboreamos o nosso tiramussi harmonizado com Madre Terra AuraZ Prosecco Nature.


Esse espumante de coloração amarelo palha com perlage fino e intenso, é elaborado pelo método tradicional exclusivamente a partir de uvas Glera cultivadas na Serra Gaúcha. De boa tipicidade, em boca apresenta acidez em equilíbrio, textura cremosa e persistência no retrogosto.  Com aroma intenso, fino e de boa complexidade aromática mostra frutas brancas acompanhadas de notas florais, de fermento e de ervas. Sua acidez refrescante e textura cremosa traz equilíbrio ao conjunto. Tem final cativante, com toques cítricos, de peras e de maçãs. Teor alcoólico 11.6% e a temperatura de serviço é 4° a 6°C. Perfeito para acompanhar o tiramusi.

Foi um momento de relaxamento e de harmonia com a natureza, maravilhoso e, por essa razão, nem lembrei de tirar uma foto. 

Se beber, não dirija!

 
Fontes:

https://www.portalbonvivant.com.br/post/madre-terra-nova-vinicola-abre-suas-portas-na-serra-gaucha

https://www.inawine.com.br/vinho-rose-auraz-pinot-noir-2023-madre-terra#

https://cavenacional.com.br/2614-madre-terra-auraz-rose-pinot-noir-2023.html

https://www.terroircatarina.com.br/vinho-rose/rose-nobre-pinot-noir-auraz-madre-terra

https://www.emporiovinodosul.com.br/madre-terra-auraz-prosecco-nature?srsltid=AfmBOopfcBOfYFq1OROPGdvxolWHeagXBYA9_DGbEjYV5Io-qbEYtNRb









domingo, 12 de janeiro de 2025

CÃES SÃO TREINADOS PARA COMBATER DOENÇAS E PRAGAS EM VINHEDOS

Todos nós sabemos que os cães são grandes companheiros, amorosos e fiéis aos seus donos, desde os tempos mais remotos da humanidade. Aquelas bolas de pelos, fofas, brincalhonas e que nos olham com uma carinha amorosa e cheia de cumplicidade, são irresistíveis. 

Tudo bem, as vezes destroem nossos chinelos, fazem bagunça na casa, latem nos momentos mais inapropriados, mas quem se importa, a grande maioria da humanidade vê os cães como grandes companheiros.

Eles são animais fiéis aos seus donos, amorosos com as crianças, inteligentes, com capacidade de aprender várias habilidades, entre elas a de auxiliarem no salvamento de vidas, muitas vezes em situações de grandes perigos. 

Cães bem treinados auxiliam no resgate de pessoas em situações perigosas, como incêndios, afogamentos, na busca por vítimas em locais de deslizamentos, auxiliam policiais na busca por drogas e materiais explosivos,  protegem seus donos de perigos, auxiliam os cegos a se locomoverem com maior facilidade, são suporte emocional para idosos e para crianças com autismo e síndrome de Down.

Mas se esse é um blog de vinhos, porque estou escrevendo sobre cães? É que acabei de encontrar alguns  artigos, publicados no início desse ano,  que apontam mais uma habilidade desses nosso fieis companheiros. Eles relatam experimentos  realizados por pesquisadores onde  foram utilizados cães, especialmente treinados, para auxiliar os produtores de vinho a detectar pragas e doenças prejudiciais aos vinhedos.

Como companheiros, os cães de vinícola são comumente vistos em vinhedos e adegas, desempenhando o valioso trabalho de melhores amigos. Mas eles  poderão em breve assumir um novo papel nos vinhedos, farejando pragas entre as videiras.

Pesquisas apresentaram evidências de que os detetives caninos poderiam auxiliar os produtores de vinho na batalha contra doenças e pragas da videira. Em um estudo liderado por pesquisadores da Universidade Cornell, publicado no final de dezembro de 2024, ficou demonstrado que os cães poderiam ajudar seus tratadores a detectar ovos da invasora mosca-lanterna pintada, em vinhedos.

A mosca-lanterna-pintada (Lycorma delicatula - Lanterfly ) é um inseto invasor que não está presente no Brasil. Nativa de países asiáticos como China, Índia e Vietnã, foi vista pela primeira vez nos Estados Unidos, no estado da Pensilvânia, em 2014. Essa praga espalhou-se pelo país e, apesar do lindo colorido das usas asas que encanta a muitos, vem gerando prejuízos significativos para a agricultura, pois se alimenta de árvores frutíferas e videiras. A mosca perfura a haste das plantas, impedindo o crescimento e excreta uma substância que cobre e mofa tudo com o que entra em contato.

DIA, um cão Labrador Retriever, e FAGAN, um cão  Malinois Belga, provaram ser mais hábeis do que os humanos em farejar massas de ovos em florestas vizinhas a vinhedos na Pensilvânia e em Nova Jersey, nos EUA, auxiliando os produtores de vinho a combater pragas e detectar doenças nos vinhedos.


Os autores do estudo relatam que eles encontraram 3,4 vezes mais massas de ovos do que humanos em áreas florestais próximas aos vinhedos, que são esconderijos populares de inverno para essa praga.

No entanto, os humanos foram melhores em encontrar massas de ovos nos próprios vinhedos. Os pesquisadores sugeriram que isso acontecia porque as pessoas são capazes de vasculhar sistematicamente os vinhedos, fileira por fileira, enquanto o olfato dos cães foi mais útil em áreas arborizadas.  

As descobertas, publicadas na revista Ecosphere, podem ser importantes na batalha dos produtores de vinho contra a propagação desta espécie invasora. “Uma infestação de mosca-lanterna manchada em um vinhedo pode causar 80% a 100% de mortalidade das vinhas em uma estação de cultivo”, disse a professora Angela Fuller, da Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida da Universidade Cornell e  também  líder da Unidade Cooperativa de Pesquisa de Peixes e Vida Selvagem de Nova York.

OÍDIO

De acordo com as conclusões de um estudo publicado na última edição do Journal of Veterinary Behavior, os cães também podem reconhecer o cheiro exalado pelo oídio, um fungo que afeta as videiras em todo o mundo.

O oídio da videira é uma doença causada pelo fungo Erysiphe necator. Os sintomas mais comuns são manchas brancas ou cinzas em folhas, rebentos e frutos. O predomínio de clima com baixa incidência de chuvas, altas temperaturas entre 20 °C e 27 °C também favorece seu aparecimento.

 

Em estágio mais avançado, o oídio atinge as bagas da uva. Nesse caso, sua ocorrência provoca um crescimento diferente entre a parte atingida e o restante da fruta.

Os pesquisadores disseram que estudos já mostraram que os cães podem detectar uma série de ameaças agrícolas. Eles acrescentaram que “não existe uma maneira rápida e econômica” de identificar o oídio em grande escala.

Eles trabalharam com três cães de estimação com experiência anterior na detecção de cheiros para fins de pesquisa. Os resultados sugeriram que os cães foram capazes de distinguir o oídio nas folhas da videira, embora os autores tenham acrescentado que são necessárias mais pesquisas.

PROJETO PILOTO  NA CALIFÓRNIA

Enquanto isso, um projeto piloto realizado na Califórnia indicou que os cães podem detectar o vírus Leafroll 3 e cochonilhas da videira com fortes índices de precisão, conforme  publicação da Wine Business em dezembro de 2014. Quatro  cães farejadores  foram treinados na detecção de doenças da videira como parte deste projeto piloto,

A doença do enrolamento da videira (Leafroll 3) é uma das doenças virais da videira mais difundidas e economicamente prejudiciais no mundo. O sintoma típico é o enrolamento dos bordos da folha para baixo. A doença está associada a até doze espécies diferentes de vírus, conhecidas coletivamente como vírus associados ao enrolamento da videira (GLRaV). Uma vez estabelecido num vinhedo, o GLRaV-3 se espalha rapidamente e leva anos para ser erradicado. 

As videiras afetadas pelo GLRaV-3 apresentam perda contínua e gradual de vigor, produção reduzida (menor número e tamanho de cachos), amadurecimento irregular dos cachos e menor teor de açúcares nos frutos, maturação atrasada ou variável e produzem vinhos de qualidade inferior.

Já as cochonilhas-da-uva danificam as uvas contaminando os cachos com sacos de ovos algodoados, larvas e melada. Frequentemente, a melada é coberta por um fungo preto fuliginoso, como se a baga estivesse coberta por uma fuligem.

Uma equipe da Califórnia treina cães para farejar vírus e insetos nos vinhedos, eliminando a necessidade de pulverização de pesticidas. MALBEC (um cão labrador preto) e SAUVI B (um cão Springer Spaniel inglês) foram os responsáveis ​​pela caça às cochonilhas. Enquanto isso, CAB (um cão Braco Alemão de Pêlo Curto) e ZINNY (outro cão Springer Spaniel Inglês) começaram a trabalhar na detecção do vírus Leafroll 3. Na imagem que segue vê-se exemplos ilustrativos destas três raças de cães.


O ensaio foi financiado com uma doação de US$ 428.111 do Departamento de Regulamentação de Pesticidas da Califórnia.

Dra.Stephanie Bolton, diretora de pesquisa e educação de produtores e diretora de viticultura sustentável da Lodi Winegrape Commission, trabalhou no projeto piloto. Ela disse que o objetivo do teste era ter “a detecção precoce não destrutiva em tempo real, acessível e precisa desses vírus”.

“Os caninos são recompensados ​​com brincadeiras; é um jogo para eles”, disse Bolton. Ela também descobriu que “os cães vão até melhorar com o tempo”. O estudo piloto demonstrou que o treinamento de caninos detectores seria um método eficaz para evitar doenças nas videiras. 

CAB e ZINNY conseguiram detectar o vírus Leafroll 3 em 93,4% dos casos, de acordo com os resultados. Já MALBEC e SAUVI B detectaram a presença de cochonilhas da videira com 97,3% de precisão. Os cães provaram suas habilidades em três séries de testes.



 




 

A província de Chubut, na Patagônia Argentina, é última fronteira do vinho no Hemisfério Sul

Todos que são apaixonados por vinhos sabem que a grande maioria das regiões vitivinícolas do mundo encontram-se entre os paralelos 30° a 50°...