Elaborado 100% com uvas
Chardonnay, oriundas de vinhedos da Serra Gaúcha e Serra do Sudeste-RS, é um
blanc de blancs fermentado parcialmente em barricas de carvalho francês e
maturado por 36 meses nas caves subterrâneas da Peterlongo. A temperatura de
serviço é de 4 a 6 °C. Apresenta um visual rico, de coloração amarelo palha,
com reflexos dourados e fascinante perlage.
Seus aromas intensos de pão torrado, manteiga, apresentam boa complexidade e evolução
derivados de longo tempo em autólise. O paladar balanceado, tem boa cremosidade
e retrogosto amplo e intenso.
Esse champagne conta a história do imigrante italiano Manoel Peterlongo, que chegou ao
Brasil em 1899 e que, em 1913, elaborou o primeiro espumante do Brasil.
Mas antes de contar a história do Champagne Peterlongo, vamos relembrar um pouco da história do Champagne, cujo um dos grandes apreciadores era Napoleão Bonaparte, e que provavelmente é um dos mais desejados sonhos de consumo de qualquer bebedor de vinho e uma as bebidas de luxo mais apreciadas.
Tenho certeza, que sem nenhum constrangimento, qualquer apreciador de vinho pelo menos em alguma ocasião considerada especial, gastou uma boa quantia apenas para ter o prazer de beber um verdadeiro Champagne. E, nessa ocasião poder repetir a icônica frase de Dom Perignon, o monge beneditino francês considerado pai dos champagnes
“Venham rápido irmãos, estou bebendo estrelas!”,
quando degustou pela primeira vez o líquido pálido, doce e gasoso saído dos tanques da Abadia de São Pedro na Vila de Hautvillers, França, no século 17.
Nascia assim uma das bebidas comemorativas mais icônica de todos os tempos, que por definição é um tipo de vinho espumante com concentração de gás carbônico e teor alcoólico de 10% a 13%, passando duas vezes, pelo processo de fermentação dentro da garrafa, conhecido como método tradicional ou método Champenoise.
Dom Perginon, apesar de não haver inventado esse líquido precioso, deu importantes contribuições para a sua produção e qualidade, sendo criador do método cuvée (refere-se ao suco extraído da primeira prensagem da uva). Ele teria aprimorado a técnica de inserir borbulhas no vinho, ao descobrir que se o líquido passasse por uma segunda fermentação em garrafa, a bebida preservaria e efervescência e entregaria aquela sensação de "mousse" cremosa na boca.
Os espumantes são produzidos na região de Champagne desde o período romano, mas for apena no final do século XVII, quando ocorrem o domínio da elaboração dos vinhos espumantes que eles adquiriram um renome internacional.
O direito de utilizar o nome Champagne nos vinhos
Em 1844 seus produtores se organizaram para defender esse nome que se constitui seu patrimônio comum, dando início a um processo judicial junto ao Tribunal Correcional de Tours, pra obter o direito de que "só podem fazer referência ao nome Champagne os vinhos produzidos na região de Champagne", o que foi confirmado pelo tribunal de Recursos de Tour, em 1845.
Várias decisões posteriores confirmaram esta primeira jurisprudência até a decisão da Corte de Cassação, em 26 de julho de 1889, que estabeleceu o princípio segundo o qual "só é Champagne se for de Champagne".
O Champagne Peterlongo
Agora que já sabemos como essa bebida maravilhosa surgiu e quais suas regras no país de origem, vamos voltar ao Champagne Peterlongo Elegance, o primeiro e único do Brasil.
Em 1875 o imigrante italiano Manoel Peterlongo Filho, agrimensor de profissão, chegou a colônia Conde d'Eu. Ele era apaixonado por vinhos já que nasceu em uma família de produtores da bebida. Devido a sua profissão ele ajudou na demarcação das terras da colônia, emancipada em 1900, tornando-se o atual município de Garibaldi, cujo nome homenageia o herói farroupilha Giuseppe Garibaldi.
Ele era apaixonado pela elaboração de espumantes que aprendeu em sua terra natal e mais tarde tratou de repetir esses processos aqui no Brasil. Em 1913 Peterlongo começou a produzir a bebida, seguindo a metodologia definida por Don Perignon (método champenoise).
Como a produção de vinhos e espumantes começou a crescer na cidade de Garibaldi, os moradores organizaram a 1ª Exposição de Uvas de Garibaldi, em 1913, onde um dos produtos feitos por Manoel Peterlongo, o "moscato Typo Champagne", recebeu a Medalha de Ouro, sendo considerado o primeiro registro da bebida elaborada no Brasil. Em 1915, devido ao sucesso, foi fundado oficialmente o Estabelecimento Vinícola Armando Peterlongo S/A, nome dado em homenagem ao seu único filho homem.
Armando, nascido em 1899, era farmacêutico de formação e exerceu essa profissão até 1921, quando seu pai chamou-o para auxilia-lo nos trabalhos da vinícola, uma vez que os negócios da família prosperavam. Ele herdou do pai o desejo de elaborar a "bebida dos deuses", como se referia ao champagne e de valorizar a mão de obra feminina.
Em 1924, com o falecimento de seu pai, Armando Peterlongo assumiu a vinícola estando a frente dela por mais de 10 anos contínuos, falecendo em 1966. Nesse período ele foi o motor de um dos maiores sucessos da história vitivinícola brasileira, quando ocorreu o período áureo da Vinícola Peterlongo e a consolidação do Champagne Peterlongo. Este era consumido nos grande eventos nacionais, era o preferido de Getúlio Vargas e chegou a ser vendido nos Estados Unidos na década de 1940.
O castelo da Vinícola Peterlongo
O castelo da família Peterlongo, construído em 1930, segue os padrões da região de Champagne (França), tendo uma cave subterrânea com estrutura em pedras basálticas, que mantém a temperatura constante de 12 a 14 °C, podendo ser vista por todos os que visitam a Vinícola Peterlongo.
Na época da construção da cave, ela foi projetada visando replicar o ambiente ideal para a preservação dos champagnes. Assim, possui um túnel que capta o vento minuano (vento frio de origem polar, de origem Sudoeste, típico do Rio Grande do Sul, nos meses de outono e inverno), que mantém a temperatura estável no seu ambiente.
Mas como o Champagne Peterlongo pode levar esse nome fora da França?
- A empresa já produzia espumantes pelo método tradicional antes mesmo da região francesa do Champagne conquistar sua denominação de Origem (D.O.). Este sistema foi criado na França apenas em 1935 e o Comité Champagne em 1941;
- Além do histórico de elaboração do Champagne pelo método tradicional (champenoise), o tribunal levou em conta para a decisão o fato de a vinícola ter sido a primeira a plantar uvas viníferas brancas no Brasil, além de importar leveduras de alta qualidade da França;
- Luiz Stella, sócio-diretor da vinícola argumenta que "Nós optamos por manter o termo em uso. E fizemo-lo porque ele é parte fundamental da composição da marca Peterlongo. No Brasil e no mundo o nosso champagne é um espumante do Brasil, elaborado pelo método tradicional da melhor qualidade. Porém, ser Peterlongo, é ser champagne. Isso faz parte da memória cultura e produtiva da vitivinicultura brasileira";
- Atualmente, a empresa mantém o termo champagne nos rótulos da marca Elegance, a linha superior de espumantes, enquanto as restante adotam o termo espumante.
https://winefun.com.br/champagne-ou-espumante-entenda-as-diferencas-e-as-excecoes-a-regra/#:~:text=Emumadecisaode1974,termoChampagneemseusrotulos.
https://loja.peterlongo.com.br/peterlongo-champagne-elegance-nature
https://www.vidarural.pt/producao/conheca-a-unica-vinicola-brasileira-que-pode-usar-a-denominacao-champagne/
https://veja.abril.com.br/economia/a-unica-vinicola-brasileira-que-pode-colocar-champanhe-no-rotulo
https://portalefood.com.br/noticias/batalha-do-champanhe-brasil-foi-barrado-com-a-nova-lei-de-rotulagem-da-russia/
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