Mas
confesso que neste fim de semana depois de haver experimentado há lei de Murphy
em toda sua plenitude fiquei com uma preguiça enorme de fazer um almoço
elaborado e com preguiça também de sair de casa pra ir almoçar em algum
restaurante. Depois dos eventos da lei de Murphy tudo o que eu queria era ficar
em casa sem fazer nada, mas justamente por causa desta lei estava morrendo de
vontade de tomar um vinho no almoço, para relaxar.
Em
geral as pessoas associam o motivo de tomar um vinho a uma refeição especial
mais elaborada, porém o único motivo para tomar qualquer vinho desde o mais
barato ao mais especial se deve ao fato de que naquele momento você está com vontade de tomar um
vinho seja ele qual for, e ponto final.
Assim,
devido a preguiça decidi fazer um almoço de preguiçosa, regado a um Casillero del
Diablo, Carmenere 2010. Como estava sozinha abri uma meia garrafa. Uma coisa
que me incomoda no Brasil é que ao contrário da França, Argentina, Chile e
Itália, os vinhos brasileiros encontrados em meia garrafa em geral são muito
ruins. Parece que os produtores de vinho não se dão conta de que algumas vezes
na hora do almoço, durante a semana, os consumidores gostariam de tomar um
vinho, mas não querem uma garrafa inteira, porque tem que trabalhar no período
da tarde, e uma meia garrafa cairia como
uma luva, ou que este mesmo consumidor gostaria de tomar um vinho no almoço ou
no jantar sozinho, e por esta razão não
quer tomar uma garrafa inteira.
Em
várias ocasiões fui jantar com amigos que são bebedores de cerveja ou
simplesmente não bebem, e eu deixei de tomar vinho, apesar de que a comida
ficaria muito melhor se acompanhada de um belo merlot ou riesling, simplesmente
porque na carta de vinho as únicas opções de meia garrafa eram muito ruins e eu
não queria tomar uma garrafa de vinho sozinha, para não sair completamente
bêbada do restaurante.
Mas
vamos ao almoço de preguiçosa. Enquanto eu preparava meu almoço abri a garrafa
de vinho e fui desfrutando desta bebida maravilhosa, é um delicia cozinhar e
degustar um vinho ao mesmo tempo, seguramente o cozinheiro fica mais inspirado.
Para
começar peguei um saquinho de arroz Uncle Bens, daqueles que se põe em uma
vasilha com água, com sal ou qualquer outro tempero para arroz e depois leva ao
micorrondas por 20 minutos. Mais preguiçoso impossível
Em
seguida acendi o forno, deixei aquecer e pus em uma forma tefal um empanado de peito
de frango cordon bleu, recheado com presunto e queijo, da Perdigão, ou seja
nada que desse trabalho. Normalmente este empanado é preparado frito, mas eu posso
garantir que fazer no forno é bem melhor, pois além de ficar crocante, o queijo
derrete deliciosamente e fica menos gorduroso, o que ajuda o meu colesterol, que é altíssimo.
Enquanto
o empanado e o arroz cozinhavam, continuei desfrutando do carmenere e tratei de
preparar cogumelos para incrementar o arroz. Peguei cogumelos paris, que são
grandes e deliciosos, fatiei bem finos, pus em uma frigideira, com um pouco de
vinho para cozinhar, caso contrário eles ficariam muito salgados.
Refoguei
o cogumelo e depois acrescentei um molho feito com caldo liquido sabor galinha
da Maggi, como vocês podem ver nada que me obrigasse a fazer qualquer esforço.
É preciso ter cuidado para não por muito caldo e o molho ficar muito salgado.
Acrescentei água e deixei reduzir o molho. Neste meio tempo o arroz ficou
pronto, quando o molho com champignon já havia reduzido o suficiente adicionei
o arroz, misturei bem e depois acrescentei queijo parmesão.
Pus
no prato este arroz com o empanado de frango acompanhado de uma salada composta
de tomate cereja, cebola e pepino em conserva. Para incrementar o empanado de
frango, cobri com mostarda com mel.
De
sobremesa devorei um bombom de chocolate branco. Um almoço simples, mas gostoso
e que serviu de desculpa para tomar um belo carmenere.
O
que eu quero dizer com este artigo é que não é necessário esperar por um almoço
super especial para tomar um bom vinho, a única razão para tomar um vinho é que
naquele momento você está com vontade de tomar um vinho, o restante é
complemento.
Vinhos carmenere
O
nome desta cepa de uva vem da cor carmin de seus brotos e folhas novas,
consequentemente seus vinhos costumam ser retintos, vermelho escuro com
reflexos carmesin.
Este
vinho acompanha bem peixes de carne mais gordurosa tais como o salmão e o atum,
aves como o peru e a codorna, carne bovina (picanhas, maminhas, fraldinhas, contras-filé, filé mignon e outras
carnes vermelhas grelhadas e só temperadas com sal), carne suína e de caça,
presunto, queijo cremoso, verduras e condimentos como pimenta preta, orégano e
curry. Ele harmoniza bem também com massa e molhos de tomate, mostarda e
manteiga