sábado, 27 de abril de 2024

Mudanças climáticas: Como elas estão afetando a vitivinicultura nos quatro cantos do mundo

 

Mudança climática se refere as transformações de longo prazo nos padrões de temperatura e clima. Essas alterações podem ser naturais, porém, desde o século 18 as atividades humanas têm sido sua principal causa, notadamente devido a queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), que produzem gases que retêm o calor.

A queima desses combustíveis gera emissões de gases de efeito estufa que agem como um grande cobertor em torno da Terra, retendo o calor do sol e aumentando as temperaturas, como demonstrado na figura que segue.


Pequenas mudanças na temperatura média global podem causar mudanças importantes e perigosas no tempo e no clima. Se ela acontecerem regularmente por meses em uma dada região que depende de um ciclo natural de acumulação de neve no inverno e de precipitação na primavera, ou, ocorrerem em áreas tradicionais de vitivinicultura que dependem do ciclo natural das quatro estações para o bom desenvolvimento dos vinhedos, isso pode promover uma grande mudança na dinâmica do lugar, alterando a vida cotidiana e até mesmo as fontes de renda das pessoas, como por exemplo a produção de uvas para vinho. 

Compreender a influência das mudanças climáticas no potencial de produção de vinhos é uma grande preocupação científica. Pelo menos uma centena de trabalhos científicos e reportagens sobre o tema já foram publicados, mostrando os efeitos importantes  na vitivinicultura e no nosso vinho de cada dia.  

A história mostra que as estreitas zonas climáticas (30° a 50° N e S) para o cultivo de uvas para vinho são especialmente propensas as variações do clima e as mudanças climáticas de longo prazo. As uvas viníferas são sensíveis às condições climáticas, como temperatura, excesso de chuva e seca extrema. 

Em geral os efeitos das mudanças climáticas tem chamado mais atenção em vinhedos localizados em países do hemisfério Norte que, por ter maior quantidade de terras emersas  do que o hemisfério Sul  e, de regiões vitivinícolas  localizadas principalmente em  áreas  com maior continentalidade (salientadas no mapa que segue), já sofrem de maneira mais acentuada os efeitos dessas mudanças. 


 

Mas, tais efeitos já são visíveis em todo o mundo, mesmo aqui no Brasil e nas regiões vitivinícolas da América do Sul, África, Austrália e Nova Zelândia, onde as áreas emersas são menores. Eles afetam no rendimento dos vinhedos, na composição das uvas e na qualidade dos vinhos, com consequências já e a serem observadas em breve na geografia da produção do vinho. 

O tipo de clima de uma região influencia decisivamente no tipo de uva e de vinho que irá produzir. As alterações climáticas podem criar mudanças dramáticas nos locais de produção do vinho, como por exemplo tornando os vinhedos insustentáveis em algumas regiões, mas abrindo novas oportunidades em outras. Um exemplo disso é o que se observa no Sul da Inglaterra, país com pouca tradição de vitivinicultura, mas que atualmente, vem sendo uma nova opção de terroir para a produção de espumantes.

Porém, essa adaptação as novas regiões vitivinícolas não significa, necessariamente,  que nelas poderão ser  produzidas as mesmas variedades de uvas,  para vinhos ou espumantes,  que tradicionalmente são produzidas na França, Itália e California,  por exemplo. 

As atuais e mais tradicionais regiões vitivinícolas estão localizadas principalmente em latitudes médias (30° a 50° N  e S), tais como a Califórnia nos Estados Unidos, Sul da França; Norte da Espanha e Itália; Vale do Barossa na Austrália; Stellenboch na África do Sul; Mendoza na Argentina; Vale Central no Chile; Campanha Gaucha e Serra do Sudeste no  Brasil. Nelas é onde o clima é quente o suficiente para permitir o amadurecimento das uvas, sem calor excessivo e relativamente seco para evitar forte pressão de doenças. 

Em março deste ano, pesquisadores da Université de Bordeaux e Université de Bourgogne publicaram um artigo na renomada revista Nature Reviews Earth and Environment, com os resultados de um estudo cientifico  onde eles  analisaram as tendências futuras nas regiões vitivinícolas atuais e em desenvolvimento em todo o mundo para adaptar a produção de vinho às mudanças climáticas

Nesse estudo eles abordaram as consequências das alterações de temperatura, precipitação, umidade, radiação solar e CO2 na produção global de vinho, bem como exploraram estratégias de adaptação. Os pesquisadores  mapearam como  a distribuição global dos vinhedos provavelmente mudará, em função do aquecimento global. Como resultado,  concluíram que a geografia da produção do vinho  no mundo está mudando, conforme demonstrado no mapa que segue, elaborado pelos autores do artigo



Nessa figura a adequação atual nas regiões continentais é notada pelo sombreado verde dos hexágonos, desde menos adequado (verde claro) até mais adequado (verde mais escuro). A variação das cores em tons de rosa dos hexágonos, expressa o potencial de adequação das novas áreas vitivinícolas, com grande ênfase para os países mais ao norte da Europa. 

A mudança futura de adequação nessas regiões é notada pela cor dos pontos dentro dos hexágonos de acordo com a chave (níveis de adequação de mudanças): o ponto da esquerda representa a mudança para um cenário em que há aquecimento global de até 2 °C; o ponto da direita a mudança para um aquecimento de 2-4 °C; o tamanho do ponto (maior ou menor) representa a confiança da avaliação.

Os resultados do estudo, mostram que cerca de 90% das regiões vitivinícolas tradicionais costeiras e de baixas altitudes do sul da Europa (Espanha, Itália e Grécia) e Sul da Califórnia poderão já não ser capazes de produzir bons vinhos em condições economicamente sustentáveis ​​até o final do século, se o aquecimento global exceder +2°C. Devido as alterações climáticas, elas estariam sujeitas à seca excessiva e às ondas de calor  mais frequentes, o que já vem ocorrendo atualmente. 

Por outro lado, as temperaturas mais elevadas  poderiam aumentar a aptidão de outras regiões para a produção de vinhos de qualidade (legenda em azul no mapa), como por exemplo o Norte da França, os estados de Washington e Oregon nos Estados Unidos, a província  Colúmbia Britânica no Canadá e a Tasmânia na Austrália. Adicionalmente poderia impulsionar o surgimento de novas regiões vitivinícolas, como já vem ocorrendo no Sul da Inglaterra (50°N) ou de países localizados em  latitudes maiores ainda como  os Países Baixos (52° N), a Dinamarca (55° N) e a Suécia (59°N) onde já existem algumas áreas de vitivinicultura. 



O grau destas alterações na adequação das zonas vitivinícolas depende fortemente do nível de aumento da temperatura. Adicionalmente, os estudos  descobriram que o surgimento de novas doenças e pragas, e um aumento na frequência de eventos extremos (geadas, nevascas, temporais, secas extremas), também desafiarão os vitivinicultores.

Os produtores de vinho das regiões que já estão sendo afetadas pelas mudanças climáticas, podem adaptar-se a um determinado nível de aquecimento alterando, por exemplo,  o material vegetal como variedades de uva e porta enxertos, os sistemas de condução e a gestão das vinhas. Porém, tais adaptações podem não ser suficientes para manter a produção de vinho economicamente viável em todas elas. 

É importante para a vitivinicultura mundial, que estudos futuros tenham como objetivo avaliar o impacto econômico das estratégias de adaptação às alterações climáticas aplicadas em grande escala. 


Fontes: 

https://www.nature.com/articles/s43017-024-00521-5

https://www.beveragedaily.com/Article/2024/04/03/Climate-change

https://www.preventionweb.net/news/global-map-how-climate-change-changing-winegrowing-regions

https://www.cbsnews.com/news/wine-regions-threat-climate-change/
https://www.climaemcurso.com.br/blog/category/mudancas-climaticas-2/
https://brasil.un.org/pt-br/175180-o-que-são-mudanças-climáticas

Se beber, não dirija!

segunda-feira, 11 de março de 2024

VINHOS ESPUMANTES, JÁ É UMA TENDENCIA SEU CONSUMO EM QUALQUER MOMENTO E NÃO APENAS NAS CELEBRAÇÕES

Até bem pouco tempo, tradicionalmente o consumo de vinhos espumantes em todo o mundo estava atrelado a ocasiões festivas, principalmente as comemorações do Ano Novo e as festas de casamento. Nestas ocasiões o champagne era mais que a bebida preferida, era praticamente impossível celebra-las sem degustar este líquido tão desejado.


Porém, a expansão em nível internacional do Prosecco (espumante feito na Itália), bem como do francês, do espanhol e do restante dos vinhos espumantes de qualquer ponto do mundo, possibilitou o aparecimento de uma nova tendência, que é o consumo deste tipo de vinho em qualquer momento do ano e em lugares diferentes, independente das festividades de fim de ano, casamentos ou de qualquer outra data. 


Com isso, o espumante deixou de ser aquela bebida quase inacessível e consumida única e exclusivamente, em ocasiões muito, muito, muito especiais. Na última década se observa uma nova tendência, em todo o mundo e cada vez mais forte, de que qualquer momento do ano, não importa onde, é um bom momento para o consumo deste tipo de vinho.

Graças a Deus, porque eu sou uma fã incondicional de espumantes e, qualquer coisa, é um belo motivo para tomar essa bebida dos deuses.

Pode-se dizer que o consumo de espumantes se generalizou na última década e já é bastante habitual os apreciadores de vinho acudirem a vinotecas, restaurantes e bares e poder pedir uma taça de espumante. Aliás, já existem formatos de cálices que se pode fincar na areia e desfrutar de um belo espumante na beira da praia, como eu já vi mais de uma vez. 

Essa bebida maravilhosa recebe diferentes nomes de acordo com o seu país de origem e o método de fabricação. Assim, tem-se:

  • Asti (Itália) – elaborado com uva Moscato, por meio do método Asti — o processo de fermentação é suspenso por resfriamento assim que se chega a um determinado nível de álcool e açúcar. O mais conhecido é o tradicional Moscato D’Asti, aqui no Brasil conhecemos por Moscatel;
  • Champagne – elaborado pelo método tradicional (champenoise), com as variedades Pinot Noir, Pinot Meunier (tintas) e Chardonnay (branca) e produzido exclusivamente na região de Champagne (IG) na França;
  • Cremant e Mousseaux – produzidos em toda a França, com exceção da região de Champagne. Recebe o nome de Cremant quando elaborado pelo método tradicional (champenoise) e Mousseaux, quando pelo método Charmat, principalmente com as uvas, Chenin Blanc, Pinot Blanc, Ugni Blanc, Semillon e Cabernet Franc;
  • Cava (Espanha) - elaborado pelo método tradicional (champenoise), é produzido a partir de várias cepas, as mais tradicionais são as uvas nativas da região onde é elaborado, como Maccabeo, Parellada e Xarel-lo;
  • Prosecco (Itália) - originário do Vêneto, é elaborado com a uva Glera por meio do método Martinotti-Charmat. O Brasil produz bons exemplares de Prosecco;
  • Sekt (Alemanha) - famoso pelo seu aroma agradável e forte acidez, elaborado pelo método tradicional (champenoise), especialmente com uvas Riesling, Pinot Blanc (Weissgurgunder) e Pinot Grigio (Rülander).

A denominação Sparkling Wine, literalmente “vinho espumante” é utilizado nos países de língua inglesa para este tipo de vinho, no Brasil utilizamos a palavra Espumante, e em países de língua espanhola como Argentina e Chile, eles utilizam a palavra Espumoso.   

 Produção:

A Organização Internacional da Vinha e do Vinho – OIV, publicou em Abril de 2020 o Relatório OIV Focus - The Global Sparkling Wine Market, que tem como objetivo fornecer uma visão geral da evolução recente do mercado global de vinhos espumantes. Nele foi analisada a produção e o consumo deste vinho em nível mundial e nacional e estudada a dinâmica do comércio internacional. Para tal foram coletados dados em 82 países durante o período de 2002-2018 (https://www.oiv.int/public/medias/7291/oiv-sparkling-focus-2020.pdf).

Uma das motivações para o estudo é que nos últimos vinte anos, o mercado de vinhos espumantes expandiu-se a um ritmo acelerado em resposta à elevada procura global. Em 2018, a produção mundial atingiu pela primeira vez os 20 milhões de hectolitros, com um aumento global de +57% desde 2002, isto é, em média, +3% ao ano (OIV, 2022). 

A produção de espumantes é distribuída por todo o mundo. No entanto, a maior concentração de países produtores está dentro da União Europeia, com quatro países se destacando.


Fora da União Europeia, os Estados Unidos se destaca com 6% (1,3 mhl em 2018) do total da produção mundial. A maior parte da produção vem do Vale do Napa, na Califórnia, onde o volume de produção em 2018 correspondeu a 77% (1 mhl) do total nacional.

O mapa apresenta a distribuição, por países, da produção de vinho espumante por 1.000 hl, em 2018.


Embora a produção de vinhos espumantes permaneça concentrada nesses cinco países,  novos países produtores estão surgindo no cenário mundial nos últimos anos, entre eles o Brasil. Quatro registaram aumentos significativos na sua produção de vinho espumante durante o período 2008-2018.

Por ordem da taxa média de crescimento anual, tem-se: Reino Unido (+33%/ano), Portugal (+18%/ano), Brasil (+7%/ano) e Austrália (+3%/ano).  No Reino Unido os vinhos espumantes representam mais de 70% da produção total de vinho nacional.

Consumo:

A partir do início deste século (2000) o consumo mundial de vinhos espumantes aumentou significativamente. O gráfico que segue para o período de 2002 a 2018 apresenta este aumento de forma consistente, com uma taxa média anual de 3% com exceção dos anos de 2009-2010, quando a crise econômica global impactou negativamente nas vendas.

 

No consumo global de vinho em 2002, o de  espumantes foi de 5 % e em 2018 eles já representavam 8% do consumo total. Um dos fatores para esse sucesso global é a dessazonalização do consumo, isto é, já não está mais ligado às celebrações de fim de ano, casamento, formaturas, etc., aliado  a uma oferta mais diversificada  de marcas e preços bem mais acessíveis que no passado recente.

Como consequência o consumo de vinho espumante, nos dias de hoje, tende a ser mais regular. Ninguém mais espera por uma ocasião super especial para consumi-los, o que leva a uma maior proporção de consumidores,  de todas as faixas etárias e poder aquisitivo, com especial atenção as mulheres e jovens.  

Em 2018, 62% do consumo de vinho espumantes era representado por cinco países, conforme apresentado na tabela. 


A rápida expansão do mercado para vinho espumante no  Reino Unido, que registrou uma média de 7% ao ano, desde 2008, coloca-o em sexto lugar em termos de consumo  desde 2018, com 1,5 mhl.

O mapa apresenta o consumo de vinho espumantes, por países, em 2018 em 1.000 hl. 


A porcentagem dos seis maiores países consumidores diminui de 76% em 2008 para 70% em 2018. Ao mesmo tempo, parte do consumo representado por outro países, entre eles o Brasil, aumentou 1,7 milhões de hectolitros. Essa variação pode ser atribuída, em grande parte, ao aumento do consumo nos países emergentes.

Neste estudo da OIV, no item referente ao consumo de vinho espumante nos países emergentes, foram considerados apenas os países com volumes de consumo em 2018 iguais ou superiores a 100 khl e um crescimento médio anual igual ou superior a 3%, assim tem-se: México (+13%), Suécia (+11%), Canadá (+8%), Brasil (+8%), Japão (+5%), Austrália (5%), Suíça (4%) e Argentina (3%).

Brasil:

De acordo com a Ideal Consulting, empresa de inteligência de mercado referência no segmento, o espumante caiu no gosto dos brasileiros. Quando se compara seu consumo  nos anos de 2021 e 2022, o espumante nacional apresentou um crescimento de 2% nas vendas  em 2022 e os importados registraram um acréscimo de 28% se comparados a 2021.

O consumo de vinho espumante no Brasil tem se tornado cada vez mais popular. Mesmo ainda sendo tradicionalmente associado a celebrações e ocasiões especiais, observa-se uma tendência de desmisitificação dessa bebida, sendo consumida cada vez mais no dia a dia pelos apreciadores e em casas noturnas (Danilo Bianculli, Jornal de Uberaba, 2022).

Os dados referentes ao consumo apontam um crescimento rápido no país. Os números passaram de 25,9 milhões de litros em 2019 para 30,6 milhões em 2022, correspondendo a uma alta de 18,1%.

Durante o período da pandemia houve uma queda devido as restrições a eventos e celebrações, impostas pelos cuidados sanitários adotados pelos países. Mas, com a pandemia sobre controle e o consequente término das restrições, o consumo de vinho espumante passou a apresentar uma subida no consumo.

De acordo com a Embrapa/Uvibra (2022), os espumantes brasileiros alcançaram 30,3 milhões de litros comercializados no país entres os meses de janeiro e dezembro de 2021, correspondendo a um aumento de 40% a mais se comparado com o mesmo período de 2020. A exportação de espumantes brasileiros ultrapassou 930 mil litros em 2021, 21% a mais do que em 2020. E, nesse mesmo ano 85% dos espumantes comercializados no Brasil eram nacionais, mostrando que o produto nacional tem qualidade e caiu no gosto do consumidor brasileiro, sendo uma grande aposta dos produtores nacionais.

Segundo a Associação Brasileira de Enologia (ABE), em 2021, o Brasil recebeu o número recorde de 414 medalhas e, dessas, 303 foram para espumantes. Os prêmios vieram de 18 concursos realizados na Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Espanha, França, Grécia, Hungria, Inglaterra, Luxemburgo e Portugal.

A taça criada especialmente para degustar os espumantes brasileiros foi desenvolvida artesanalmente com a melhor tecnologia em cristaleira, sendo relançada em 2021 e patenteada em 2022. Com seu formato cônico e sua textura porosa ampliam a produção e a duração da perlage, resultando numa explosão de frescor, aromas e sabores. Ela foi criada a partir de uma parceria entre a Embrapa Uva e Vinho, a Associação Brasileira de Enologia (ABE) e a Strauss de Santa Catarina. Maiores informações em https://strauss.com.br/taca-oficial-do-espumante-brasileiro/.


O espumante brasileiro é produzido principalmente na Serra Gaúcha, estando entre os vinhos mais premiados do Brasil. Porém, na grande maioria das vinícolas brasileiras, distribuídas em onze estados e quatro regiões fisiográficas, é produzido uma grande variedade de vinho espumante. Mesmo sem figurar entre os grandes produtores mundiais em volume, o país reúne condições ideais para a produção de espumantes que, além da qualidade, chega ao mercado com preço competitivo.

Bibliografia:

https://www.vinhosdomundostore.com/post/crémant-um-champagne-mais-acessível

https://exame.com/casual/champagne-e-cremant-qual-a-diferenca-entre-os-dois-vinhos-espumantes/

https://www.oiv.int/the-boom-of-sparkling-wine-on-focus

https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/10/29/vinhos-por-que-o-mercado-aposta-em-espumantes-e-brancos-para-reverter-consumo-em-queda.ghtml

 

https://www.nexojornal.com.br/grafico/2022/12/26/espumante-brasileiro-corresponde-a-855-do-mercado-nacional

https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/68396017/exportacao-de-espumantes-brasileiros-ultrapassa-930-mil-litros-em-2021

http://www.uvibra.com.br/noticias/04-04-2022-mercado-interno-vinhos-finos-espumantes-e-suco-comecam-2022-em-alta


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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

GEOGRAFIA DO VINHO - O VALE DO RIO MOSEL, ALEMANHA, E OS BELÍSSIMOS VINHOS RIESLING

 

Eu sou bisneta e neta de alemães que chegaram ao Brasil em meados do século 20 e, por essa razão, a culinária alemã sempre fez parte do cardápio em minha casa e aprendi a fazer vários pratos típicos. Porém, apesar de participar frequentemente de degustações de vinho encontrar uma que faça harmonização entre comida alemã e vinhos alemães, é uma verdadeira raridade, mesmo aqui no Sul do Brasil, onde a imigração alemã foi mais expressiva. 

E olha que a culinária alemã cai como uma luva com vários tipos de vinhos, e mais, não é verdade que alemão só toma cerveja. Viajei várias vezes para a Alemanha, principalmente a trabalho, e em 90% dos jantares e eventos para os quais fui convidada a bebida era vinho, principalmente os brancos maravilhosos.

Porém, como aqui no Brasil a imagem dos alemães está muito ligada a Oktoberfest, muitos poucos lembram dos vinhos alemães e quando lembram, harmonizam com comidas não alemãs. Até com comida asiática já encontrei em um site onde havia sugestões de harmonizações, mas nem uma palavra sobre comida alemã.

Por essa razão, no final do ano passado, convidei alguns amigos amantes do vinho para um jantar em minha casa com o intuito de mostrar um pouco da comida alemã e sua harmonização com o Riesling, a mais emblemática casta de uva dos vinhos alemães. O menu do jantar foi tipicamente alemão, para poder desfrutar de um típico Riesling do Mosel:   

  • Knödel -  uma bola de massa (com formato parecido com bolinho de carne) feita a base de pão dormido (Semmelknödel), farinha e especiarias, pode ser feito também com batatas;
  •  Schnitzel – um tipo de bife à milanesa feito com filet de carne suína. A carne deve ser batida com um batedor de bife até ficar bem fininha;
  •  Ofenkartoffel mit feinen Kräutern – batatas cozidas com ervas finas;
  •  Páprica Schnitzel - que é um molho feito com uma mistura de páprica doce e picante, nata e um tablete de carne, simplesmente maravilhoso e que combina muito bem com os pratos mencionados acima. 

E, para encerrar o jantar, uma amiga de longa data (também descendente de alemães) fez como sobremesa um belíssimo Apfelstrudel (especialidade dela), doce bastante conhecido por todos, que consiste basicamente em uma massa folhada polvilhada com açúcar de confeiteiro e recheada com maçãs, passas e canela, que foi devidamente acompanhado de um espumante blanc de blancs.

Para harmonizar com o jantar servi um típico Riesling do Vale do Mosel, a principal região produtora deste tipo de vinho na Alemanha, e que é justamente conhecida e famosa mundialmente por produzir excelentes Riesling.  Foram servidos também na entrada um espumante Rosé e quando o Riesling acabou, um Rosé da Serra Gaúcha. 


O curso do rio Mosel (Alemanha) começa na França (Moselle), corre pelo território de Luxemburgo (Musel) e adentra o território da Alemanha onde flui por 250 km desaguando mais adiante, no rio Reno, que segue o seu caminho até o Mar do Norte. É ao longo deste sinuoso desfiladeiro onde o rio corre na Alemanha, que encontramos o mais clássico vinho Riesling do mundo.


O vale do rio Mosel, localizado entre as latitudes de 49° e 50° Norte, é uma das 13 regiões vitivinícolas alemãs (Weinbaugebiete) para vinhos de qualidade e que levam o nome do rio em seu rótulo sendo a terceira maior área produtora de vinhos da Alemanha.

É onde se concentra a maior área de cultivo da variedade Riesling em todo o mundo, com cerca de 9 mil hectares destinados a essa uva. É também, a maior em extensão territorial no cultivo de vinhedos em encostas, sendo a região vitivinícola mais antiga da Alemanha. A uva Riesling representa mais de 61,5% das terras vitivinícolas e, o vinho Riesling, foi registrado pela primeira vez no país em 1435, ou seja a 589 anos. Muitos consideram-na a região líder em termos de prestígio internacional. 


Ela está localizada no estado federal da Renânia-Palatinado, no Oeste do país, cobrindo os vale do Médio Mosel a montante ao Sul da bacia, nas proximidades de Trier e do Baixo Mosel até sua foz em Koblenz mais ao Nordeste na confluência com o rio Reno.

 Acredita-se que a viticultura foi trazida para esta zona pelos romanos que plantaram vinhas ao longo do Mosel e do Reno para terem uma fonte local de vinho para as suas guarnições. O vinho Mosel do período romano foi descrito como encorpado e "austero". Dizia-se que era um vinho mais fácil de beber do que o de outras áreas romanas. Um pouco diferente do que conhecemos do Riesling de hoje em dia, que se caracteriza por um vinho mais leve e com teor alcoólico não muito elevado.

O que torna o Vale do Mosel tão especial para este vinho e uva é uma combinação de geologia, geografia e história que torna esta região vitivinícola única. O vale é conhecido pelas encostas íngremes ao longo do rio, onde estão localizados os vinhedos. Estas são consideradas uma das áreas vitivinícola mais intensivas em mão-de-obra, do mundo, uma vez que a colheita mecanizada é impraticável, devido a forte inclinação do terreno. Isso faz com que sejam necessárias quase sete vezes mais horas de trabalho no Mosel do que em outras regiões vitivinícolas, com relevos mais suaves, como por exemplo o Médoc, na França.

Com encostas voltadas para Sudeste, Sul e Sudoeste (típico do hemisfério Norte) o que favorece a exposição solar das vinhas e, com inclinações que chegam a 68%, o vinhedo Calmont é considerado o mais íngreme registrado na Europa, pertencendo à vila de Bremm (veja localização na figura acima), sendo assim conhecido como Bremmer Calmont, onde a casta predominante é a Riesling. Ele está localizado em uma imponente e característica curva formada pelo rio Mosel, abrangendo cerca de trinta e três hectares de ardósia mineral, misturada com quartzito e arenito.

 

A região vinícola do Mosel tem um clima continental setentrional marcado por temperaturas amenas. A temperatura média anual do vale do Mosel é de 10°C, com a presença de invernos pouco rigorosos e praticamente sem geadas. Nesse período as temperaturas médias do meses mais frio giram em torno de 1 a 5 °C, sendo dezembro e janeiro os meses mais frios. Durante os meses de verão, o clima é quente com as temperaturas médias de julho, o mês mais quente, em torno de 18 °C. As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano

 Devido a estas temperaturas mais amenas, o amadurecimento da uva Riesling é mais lento se comparado à outras regiões alemãs, por essa razão ela permanece mais tempo na videira. Isso permite o acúmulo de compostos aromáticos que são passados aos vinhos posteriormente.

A Riesling é uma uva que tolera climas mais frios e a topografia do vale do Mosel oferece várias características importantes que ajudam no amadurecimento das uvas:

  • Primeiro, o rio Mosel, que serpenteia pelo vale, reflete a luz do sol nas vinhas. Além disso, o rio ajuda a moderar a temperatura ambiente à noite, irradiando o calor que absorveu durante o dia;
  • Em segundo lugar, as encostas íngremes ao longo do rio permitem aos viticultores orientar as vinhas para que possam obter a maior exposição solar possível durante o dia. Essa inclinação permite que a luz solar mais direta entre em contato com as vinhas;
  • A elevada incidência de raios solares nos vinhedos, faz com que a uva Riesling seja mais aromática, o que dá aos vinhos um caráter refrescante e longevo, alguns podendo envelhecer por anos;
  • Adicionalmente, a forte presença da luz solar influencia o teor alcoólico dos vinhos com alguns exemplares apresentando menos que 7% de álcool em sua composição;
  • A composição do solo que conta com elevada presença de calcário, o que facilita a maior retenção de calor, é outro fator importante para o cultivo exitoso da uva Riesling.

 Mas e o vinho que tomamos no jantar?

É o Selbach Oster Zeltinger Himmerlreich Riesling Kabinett 2019, produzido pela renomada vinícola Selbach Oster, uma das maiores estrelas da região do Mosel, na Alemanha, e detentora dos melhores vinhedos de Zeltingen.

Zeltingen-Rachtig é um município da região do Mosel conhecido por seus vinhos da uva Riesling. Localizado em uma curva do rio Mosel, é composto por aldeias gêmeas que foram oficialmente documentadas como uma entidade combinada, no início de 1085, embora os rótulos dos vinhos apresentem apenas “Zeltinger” seguido do nome do vinhedo. Zeltingen-Rachtig está na Latitude de 49° 57’ 26” Norte e Longitude 7° 57’ 38” Leste, em uma altitude de 120m, na região do Mosel-Saar-Ruwer. 

 

Este vinho é elaborado 100% com uvas Riesling, sendo uma verdadeira expressão do terroir alemão, apresentando no aroma a delicadeza dos cítricos e um toque elegante de mineralidade defumada.


O Riesling alemão é conhecido por envelhecer bem. Um vinho de um produtor de qualidade de grande colheita pode durar até 40 anos. Mesmo vinhos com preços modestos podem envelhecer 5 anos e desenvolver uma tonalidade dourada profunda com aromas de mel e petróleo.

 Texto: Sausen, T.M.; Jan.2024

Fontes:

https://winefolly.com/deep-dive/mosel-valley-wine-guide/

https://www.mistral.com.br/regiao/mosel

https://www.enocultura.com.br/curiosidades-sobre-regioes-mosel/

https://www.vivino.com/BR/pt-BR/selbach-oster-zeltinger-himmelreich-riesling-kabinett/w/1666677

https://www.rimontgowineries.com/blog/bremmer-calmont-2/

https://en.wikipedia.org/wiki/Mosel_(wine_region)#:~:text=

 https://www.city-vino.com/blogs/blog/mosel-climate-change-and-dr-leimbrock/

http://www.sobrevinhoseafins.com.br/2016/02/cantina-alema.html

https://www.whatstheweatherlike.org/germany/mosel.htm#:


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quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

PETERLONGO, O ÚNICO CHAMPAGNE QUE NÃO É FRANCÊS

Nesse final de ano, buscando por um espumante para celebrar a entrada de 2024, me lembrei que tinhana minha adega uma garrafa de Champagne Peterlongo Elegance, que prontamente tratei de resgatar, ára não ser preterida por outro tipo de espumante. 

Elaborado 100% com uvas Chardonnay, oriundas de vinhedos da Serra Gaúcha e Serra do Sudeste-RS, é um blanc de blancs fermentado parcialmente em barricas de carvalho francês e maturado por 36 meses nas caves subterrâneas da Peterlongo. A temperatura de serviço é de 4 a 6 °C. Apresenta um visual rico, de coloração amarelo palha, com reflexos dourados e fascinante perlage. Seus aromas intensos de pão torrado, manteiga, apresentam boa complexidade e evolução derivados de longo tempo em autólise. O paladar balanceado, tem boa cremosidade e retrogosto amplo e intenso.

Esse champagne conta a história do imigrante italiano Manoel Peterlongo, que chegou ao Brasil em 1899 e que, em 1913, elaborou o primeiro espumante do Brasil.

Mas antes de contar a história do Champagne Peterlongo, vamos relembrar um pouco da história do Champagne, cujo um dos grandes apreciadores era Napoleão Bonaparte, e que provavelmente é um dos mais desejados sonhos de consumo de qualquer bebedor  de vinho e uma as bebidas de luxo mais apreciadas. 

Tenho certeza, que sem nenhum constrangimento, qualquer apreciador de vinho pelo menos em alguma ocasião considerada especial, gastou uma boa quantia apenas para ter o prazer de beber um verdadeiro Champagne. E, nessa ocasião poder repetir a icônica frase de Dom Perignon, o monge beneditino francês considerado pai dos champagnes

                              “Venham rápido irmãos, estou bebendo estrelas!”,

quando degustou pela primeira vez o líquido pálido, doce e gasoso saído dos tanques da Abadia de São Pedro na Vila de Hautvillers, França, no século 17. 

Nascia assim uma das bebidas comemorativas mais icônica  de todos os tempos, que por definição é um tipo de vinho espumante com concentração de gás carbônico e teor alcoólico de 10% a 13%, passando duas vezes, pelo processo de fermentação dentro da garrafa, conhecido como método tradicional ou método Champenoise.  

Dom Perginon, apesar de não haver inventado esse líquido precioso, deu importantes contribuições para a sua produção e qualidade, sendo criador do método cuvée (refere-se ao suco extraído da primeira prensagem da uva). Ele teria aprimorado a técnica de inserir borbulhas no vinho,  ao descobrir que se o líquido passasse por uma segunda fermentação em garrafa, a bebida preservaria e efervescência e entregaria aquela sensação de "mousse" cremosa na boca. 

Os espumantes são produzidos na região de Champagne  desde o período romano, mas for apena no final do século XVII, quando ocorrem o domínio da elaboração dos vinhos espumantes que eles adquiriram um renome internacional. 


O direito de utilizar o nome Champagne nos vinhos

Em 1844 seus produtores se organizaram para defender esse nome que se constitui seu patrimônio comum, dando início a um processo judicial junto ao Tribunal Correcional de Tours, pra obter o direito de que "só podem fazer referência ao nome Champagne os vinhos produzidos na região de Champagne", o que foi confirmado pelo tribunal de Recursos de Tour, em 1845. 

Várias decisões posteriores confirmaram esta primeira jurisprudência até a decisão da Corte de Cassação, em 26 de julho de 1889, que estabeleceu o princípio segundo o qual "só é Champagne se for de Champagne".


O Champagne Peterlongo 

Agora que já sabemos como essa bebida maravilhosa surgiu e quais suas regras no país de origem, vamos voltar ao Champagne Peterlongo Elegance, o primeiro e único do Brasil.

Em 1875 o imigrante italiano Manoel Peterlongo Filho, agrimensor de profissão, chegou a colônia Conde d'Eu. Ele era apaixonado por vinhos já que nasceu em uma família de produtores da bebida. Devido a sua profissão ele ajudou na demarcação das terras da colônia, emancipada em 1900, tornando-se o atual município de Garibaldi, cujo nome homenageia o herói farroupilha Giuseppe Garibaldi. 

Ele era apaixonado pela elaboração de espumantes que aprendeu em sua terra natal e mais tarde tratou de repetir esses processos aqui no Brasil. Em 1913 Peterlongo começou a produzir a bebida, seguindo a metodologia definida por Don Perignon (método champenoise). 

Como a produção de vinhos e espumantes começou a crescer na cidade de Garibaldi, os moradores organizaram a 1ª Exposição de Uvas de Garibaldi, em 1913, onde um dos produtos feitos por Manoel Peterlongo, o "moscato Typo Champagne", recebeu a Medalha de Ouro, sendo considerado o primeiro registro da bebida elaborada no Brasil. Em 1915, devido ao sucesso, foi fundado oficialmente o Estabelecimento Vinícola Armando Peterlongo S/A, nome dado em homenagem ao seu único filho homem. 

Armando, nascido em 1899, era farmacêutico de formação e exerceu essa profissão até 1921, quando seu pai chamou-o para auxilia-lo nos trabalhos da vinícola, uma vez que os negócios da família prosperavam. Ele herdou do pai o desejo de elaborar a "bebida dos deuses", como se referia ao champagne e de valorizar a mão de obra feminina. 

Em 1924, com o falecimento de seu pai, Armando Peterlongo assumiu a vinícola estando a frente dela por mais de 10 anos contínuos, falecendo em 1966. Nesse período ele foi o motor de um dos maiores sucessos da história vitivinícola brasileira, quando ocorreu o período áureo da Vinícola Peterlongo e a consolidação do Champagne Peterlongo. Este era consumido nos grande eventos nacionais, era o preferido de Getúlio Vargas e chegou a ser vendido nos Estados Unidos na década de 1940. 


O castelo da Vinícola Peterlongo

O castelo da família Peterlongo, construído em 1930, segue os padrões da região de Champagne (França), tendo uma cave subterrânea com estrutura em pedras basálticas, que mantém a temperatura constante de 12 a 14 °C, podendo ser vista por todos os que visitam a Vinícola Peterlongo. 

Na época da construção da cave, ela foi  projetada visando replicar o ambiente ideal para a preservação dos champagnes. Assim, possui um túnel que capta o vento minuano (vento frio de origem polar, de origem Sudoeste, típico do Rio Grande do Sul, nos meses de outono e inverno), que mantém a  temperatura estável no seu ambiente. 


Mas como o Champagne Peterlongo pode levar esse nome fora da França? 

É simples, nas primeira metade do século XX algumas vinícolas da França questionaram a utilização do termo champagne nos rótulos da empresa. Porém, em 1974 o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil julgou este questionamento improcedente e a Peterlongo ganhou o direito da denominação, que fora absorvida desde o início da elaboração da bebida por Manoel Peterlongo. Para tal foram considerados os seguintes aspectos: 
  • A empresa já produzia espumantes pelo método tradicional antes mesmo da região francesa do Champagne conquistar sua denominação de  Origem (D.O.). Este sistema foi criado na França apenas em 1935 e o Comité Champagne em 1941; 

  • Além do histórico de elaboração do Champagne pelo método tradicional (champenoise), o tribunal levou em conta para a decisão o fato de a vinícola ter sido a primeira a plantar uvas viníferas brancas no Brasil, além de importar leveduras de alta qualidade da França; 

  • Luiz Stella, sócio-diretor da vinícola argumenta que "Nós optamos por manter o termo em uso. E fizemo-lo porque ele é parte fundamental da composição da marca Peterlongo. No Brasil e no mundo o nosso champagne é um espumante do Brasil, elaborado pelo método tradicional da melhor qualidade. Porém, ser Peterlongo, é ser  champagne. Isso faz parte da memória cultura e produtiva da vitivinicultura brasileira";

  • Atualmente, a empresa mantém o termo champagne nos rótulos da marca Elegance, a linha superior de espumantes, enquanto as restante adotam o termo espumante. 

Como fui convidada para esperar a chegada de 2024 juntamente com meu primo e sua família, peguei o meu Champagne Peterlongo Elegance e lá me fui brindar a chegada de um ano novo. 

E foi assim, em um jantar familiar, rodeada de pessoas queridas, em  uma bela noite de verão do Sul do país, vendo fogos de artifícios que brindamos a chegada de 2024 degustando este belíssimo champagne.  

Fontes:

https://winefun.com.br/champagne-ou-espumante-entenda-as-diferencas-e-as-excecoes-a-regra/#:~:text=Emumadecisaode1974,termoChampagneemseusrotulos.

https://loja.peterlongo.com.br/peterlongo-champagne-elegance-nature

https://www.vidarural.pt/producao/conheca-a-unica-vinicola-brasileira-que-pode-usar-a-denominacao-champagne/

https://veja.abril.com.br/economia/a-unica-vinicola-brasileira-que-pode-colocar-champanhe-no-rotulo

https://portalefood.com.br/noticias/batalha-do-champanhe-brasil-foi-barrado-com-a-nova-lei-de-rotulagem-da-russia/

 

Feliz 2024!!!!!!

Se beber, não dirija!

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