domingo, 10 de março de 2013

SONETO DO VINHO



Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta nasceu em Buenos Aires, Argentina em 24 de agosto de 1899 e morreu em Genebra, Suíça, em 14 de junho de 1986. Foi um dos  mais brilhantes e polêmicos escritores da América Latina.



Também trabalhou como bibliotecário e professor universitário público, sendo fluente em vários idiomas. Seus trabalhos contribuiram de forma significativa para o gênero da literatura fantástica, cujo maior expoente na América Latina é Gabriel Garcia Marques e seu famoso romance Cem Anos de Solidão.  A progressiva  cegueira  de Borges ajudou-o a criar novos símbolos literários através da imaginação, já que como ele dizia  "os poetas, como os cegos, podem ver no escuro”.

Borges destacou-se internacionalmente  1961, quando recebeu o primeiro Prêmio Formentor concedido pelo Congresso Internacional de Editores, que dividiu com Samuel Beckett.

Como bom argentino era apreciador de vinhos e  nos brindou com o poético e delicado Soneto do Vinho
"SONETO DO VINHO"
Jorge Luis Borges
Em que reino, em que século, sob que silenciosa
Conjunção dos astros, em que dia secreto
Que o mármore não salvou, surgiu a valorosa
E singular ideia de inventar a alegria?

Com outonos de ouro a inventaram.
O vinho flui rubro ao longo das gerações
Como o rio do tempo e no árduo caminho
Nos invada sua música, seu fogo e seus leões.

Na noite do júbilo ou na jornada adversa
Exalta a alegria ou mitiga o espanto
E a exaltação nova que este dia lhe canto

Outrora a cantaram o árabe e o persa.
Vinho, ensina-me a arte de ver minha própria história
Como se esta já fora cinza na memória.

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