No último dia 15 de março, em um tour pelas vinícolas de Santa Catarina organizado pela enólogoa Maria Amélia Duarte Flores, da Vinho e Arte, tive a oportunidade de conhecer a vinícola Vinhedos do Monte Agudo -Terroir de Altitude, localizada no município de São Joaquim, na Serra Catarinense, a 1.280 metros de altitude, na Fazenda Morro Agudo.
Esta empresa familiar foi fundada em 2004 pelo médico pediatra Leônidas Ferraz, a quem tive oportunidade de conhecer em sociedade com o produtor de grãos Alceu Muller. As vinhas tiveram origem no inÍcio de 2005, com as mudas dos vinhedos sendo trazidas diretamente da França.
São 6,2 hectares de vinhedos, onde as principais cepas plantadas são a Chardonnay, a Cabernet Sauvigon e a Merlot sendo sistema de condução em Y ou manjedoura, quando os galhos da videira se abrem no formato de um Y.
Esse método é utilizado em vários países com tradição vitivinícola onde apoiado por uma estrutura em forma de Y os ramos da videira ficam quase na horizontal, deitando-se sobre os arames. A sua implantação é mais onerosa que o sistema de espaldeira, devido principalmente a instalações de mourões de sustentação em cada fileira de videiras e da cobertura de nylon, porém apresenta algumas vantages sobre este último no sentido de que:
Na foto comigo, estão o Sr. Leônidas Ferraz e seu filho Leônidas Rojas Ferraz nosso anfitreão no almoço harmonizado.
São 6,2 hectares de vinhedos, onde as principais cepas plantadas são a Chardonnay, a Cabernet Sauvigon e a Merlot sendo sistema de condução em Y ou manjedoura, quando os galhos da videira se abrem no formato de um Y.
- Pela forma como os galhos ficam dispostos (Y) há uma melhor distribuição dos galhos e das folhas, aumentando assim a produtividade e facilitando a colheita da uva;
- Confere maior incidência do sol aos cachos, o que é muito importante principalmente na fria Serra Catarinense;
- Facilita a instalaçâo de sistema de irrigação;
- Pelo fato de as avenidas entre as videiras serem em torno de 2,5 metros de largura a pulverização da planta pode ser feita de forma mecanizada;
- O agricultor pode fazer o manejo do vinhedo em pé;
- Necessita menos mão de obra para o manejo do que o sistema em espaldeira.;
- É utilizada uma cobertura de nylon que proteje as uvas contra geadas, precipitações de granizo e na época da colheita evita que os pássaros comam os bagos. ·
Como a vindima estava apenas por começar na Serra Catarinense, estendendo-se até meados de maio, os vinhedos estavam carregados de uvas, um verdadeiro espetáculo para amantes do vinho. Nesta região a uva Chardonnay geralmente é colhida do início para o meio do mês de Março, a Merlot no início de Abril e a Cabernet Sauvigon no final de Abril até início de Maio.
Para almoços ou jantares harmonizados o visitante é recebido no espaço gourmet da vinícola localizado na parte mais alta da propriedade de onde se pode avistar os vinhedos. Para chegar até lá, desde o estacionamento, ele sobe por uma escada ladeada por maravilhosos e aromáticos canteiros de lavanda.
O local dispõe de uma arquitetura rústica, campeira e muito aconchegante, com paredes de vidro voltadas para o vinhedos e, logo na entrada, tem uma enorme lareira para se aquecer nos dias frios da Serra Catarinense.
Chardonnay Unoaked, safra 2014, 100% chardonnay, como o própio nome diz não barricado, apresenta notas de frutas cítricas, abacaxi, melão, bem leve, fresco, boa acidez, equilibrado e bem refrescante, excelente acompanhamento do Carpaccio de Frescal que está no menu, mas que eu não provei, mas combinou muito bem com o mix de folhas com truta defumada e maçã.
O local dispõe de uma arquitetura rústica, campeira e muito aconchegante, com paredes de vidro voltadas para o vinhedos e, logo na entrada, tem uma enorme lareira para se aquecer nos dias frios da Serra Catarinense.
Restaurante visto por fora
Restaurante visto por dentro
Como no menu haviam duas opções de cardápio eu elegi uma entrada de mix de folhas com truta defumada e maçã, que foi devidamente acompanhada primeiro pelo espumante Sinfonia Brut Rosé e depois pelo Chardonnay Unoaked. O prato principal foi um entrevero maravilhoso, acompanhado de um Sublime Rosé Merlot e um Cabernet Sauvignon /Merlot safra 2011.
O espumante Sinfonia Brut Rosé Safra 2017,sendo 40% de uvas Chardonnay e 60% de uvas Merlot, boa parte vinificado em branco é produzido por meio do método charmat longo, seis meses de contato com as leveduras, o que lhe da mais complexidade aromática e cremosiade.
Com cor rosa vivo, perlage fino, intenso e persistente, com aromas de frutas vermelhas, goiaba e cereja em calda. Potente, refrescante,bom volume em boca e agradável retrogosto. Sua temperatura de serviço é de 6°C .
Chardonnay Unoaked, safra 2014, 100% chardonnay, como o própio nome diz não barricado, apresenta notas de frutas cítricas, abacaxi, melão, bem leve, fresco, boa acidez, equilibrado e bem refrescante, excelente acompanhamento do Carpaccio de Frescal que está no menu, mas que eu não provei, mas combinou muito bem com o mix de folhas com truta defumada e maçã.
Sublime Rosé, Safra 2018 elaborado 100% com uvas merlot, colhidas antecipadamente, com uma leve prensagem controlada, para obtenção da cor vermelho vivo com tons alaranjados, que lhe confere notas acobreadas. Boa acidez, leveza dos taninos, aromas cítricos, intensos aromas frutados de framboesa, butiá e morango maduro, misturado a um leve fundo de rosas brancas. Temperatura de serviço 6°C
Cabernet Sauvignon Merlot, Safra 2011, elaborado com 65% de uvas Cabernet Sauvignon e 35% de uvas Merlot, amadurecido por 12 meses em barricas de carvalho de primeiro uso, vinho estruturado, de coloração rubi intenso e brilhante, aromas de frutas vermelhas,especiarias, café tostado, cacau e leve toque floral.Foi um belo acompanhamento para o entrevero.
Também tive oportunidade de degustar outros três vinhos da vinícola, o Chardonnay barricado, o Cuvée Francês e o Cuvée Americano, que não faziam parte dos vinhos servidos no almoço.
Chardonnay, barricado, safra 2014, elaborado 100% com uvas chardonnay, amadurecido por cinco meses em barrica de carvalho de primeiro uso, sendo que apenas 70% é envelhecido em barricas. Elegante, cor amarelo amarelo claro com tons esverdeados, sem sobreposição da madeira, com cinco anos de garrafa, realmente um belo exemplar.
Estes dois vinhos foram os meus preferidos, o Cuvée Francês (tem um exemplar na minha adega) e o Cuvée Americano. Eles refletem toda a criatividade do enólogo, que apenas mudando as proporções das uvas Cabernet Sauvignon e Merlot em cada um deles e o tipo e tempo de barrica produziu dois vinhos diferentes e de excelente qualidade.
Para a elaboração destes vinhos foram utilizados uvas de quatro safras diferentes (2011,2012,2013 e 2014) para fazer o corte, em diferentes proporções em cada um deles.
Assim, o Cuvèe Francês é 65% Merlot e 35% Cabernet Sauvignon, correspondendo a 0,7% safra 2011, 40% safra 2012, 13% safra 2013 e 40% safra 2014. Este vinho passou por 20 meses de barrica de carvalho francês de primeiro e segundo uso. O vinho tem 13,3% vol e foram feitas 2.250 garrfas.
Já o Cuvée Americano é 72% de Cabernet Sauvignon e 28% de Merlot, correspondendo a 0,5% safra de 2011, 45% safra de 2012, 12% safra de 2013 e 38 % safra de 2014. Este vinho passou 18 meses por barrica americana (73%) e barrica francesa (27%) de primeiro e segundo uso. Tem 13,5 vol e foram feitas 2.500 garrafas.
São dois vinhos muito interessantes, eu particularmente gostei mais do Cuvée Framcês, é mais meu estilo de vinho, um pouco mais estruturado e intenso que o Cuvèe Americano, porém ambos seguramente irão agradar muito ao consumidor. Vale a pena experimentar.
Se beber não dirija!