No
dia 21 de junho começa o inverno no hemisfério Sul, porém, a região Sul do
Brasil já vem enfrentando temperaturas negativas, inclusive com previsão de
neve que acabou não se confirmando.
Para
enfrentar um friozinho cortante e congelante nada melhor que um delicioso prato
de sopa quentinha e claro, um belo vinho. Não é muito simples harmonizar sopa e
vinho, uma vez que a alta
temperatura do prato e sua textura, em geral incompatível com vinho, dificultam
esta harmonização. Para tal, deve-se prestar atenção na
textura e no sabor da sopa, para ficar menos complicado.
Assim, não deve-se desperdiçar grande vinhos,
complexos, elegantes e delicados nesta harmonização porque eles simplesmente
desaparecerão, melhor optar por vinhos mais fortificados, com bom teor
alcoólico que conseguem resistir melhor as altas temperaturas que permanece na
boca a cada colherada de sopa quentinha.
Uma das sopas mais populares no inverno, em todo o
país, é a sopa de Capelleti, de origem italiana e apreciada por todos, em geral
feita em caldo do tipo brodo. Por ser uma sopa leve, com um caldo leve não é
necessário um vinho muito encorpado. Um vinho tinto levemente ácido e frutado,
tal como o Chiantti ou um Valpolicella, cai muito bem. Eu gosto de por um pouco
de vinho na sopa.
O chiantti é um tinto italiano produzido na região
de Toscana, todo filme romântico, que se passa nesta região sempre vem
acompanhado de uma garrafa deste vinho. É produzido com uvas tintas sangiovese
(que predominam) e caniaolo e uvas brancas trebiano e málvasia. Seco,
com notas de fruta muito concentrada, aromas de violeta e cereja, combina com
comidas leves. É um vinho bastante popular na Itália e no mundo todo, não há
quem não conheça a típica garrafinha do chiantti envolta em palha. Mais de sete
mil vinícolas produzem este vinho na Itália.
Outra
sopa que faz muito sucesso no inverno é a sopa de cebola francesa, que é
preparada com vinho branco, cebolas caramelizadas em tomilho, complementada com
fatias de pão levadas ao forno, primeiramente, para ficar levemente torradas, e
depois gratinar o queijo gruyére posto sobre elas.
Uma
das melhores sopas de cebola que já comi, foi em um restaurante simples em Hué,
no Vietnam, em 2006, deixando claro o legado de colonização francesa, do tempo em
que o Vietnam fazia parte da Indochina (Vietnam, Laos e Camboja). Foi uma
agradável surpresa, infelizmente por ser um restaurante muito simples e o país
ainda se ressentir das agruras da guerra e do regime comunista, não tive o
prazer de desfrutar a sopa acompanhada de um bom vinho merlot, ou como segunda
opção um cabernet.
A
serra gaúcha produz excelentes merlots, sendo a uva emblemática da região. Ela
produz um vinho encorpado, intensamente frutado, complexo, com uma estrutura
harmônica e perfeito equilíbrio. Apresenta uma cor vermelho-púrpura, seus
aromas são densos e frutados, tendo uma boa evolução e complexidade. O paladar
é rico, macio, perfeitamente equilibrado, sedoso e de grande classe.
Vinhos Merlot selecionados, ou seja,
os grandes Merlots, podem ter potencial para longo envelhecimento, porém a
grande maioria deles está pronta para ser consumida entre 4 e 8 anos. A temperatura ideal de consumo é entre 15° e 18°C.
Várias
vinícolas do Sul produzem excelentes merlots, segue algumas sugestões:
Merlot da Villagio Laurentis,
reserva especial; Pizzato
Reserva Merlot DNA; Familia Piagentini Boutique Reserva Merlot 2008, Marco
Luigi Merlot Reserva da Familia; Lovara Merlot 2009; Lidio Carraro Reserva
da Serra Merlot 2006; Merlot Milantino 2005.
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