terça-feira, 12 de junho de 2012

FRIO,SOPAS E VINHOS



No dia 21 de junho começa o inverno no hemisfério Sul, porém, a região Sul do Brasil já vem enfrentando temperaturas negativas, inclusive com previsão de neve que acabou não se confirmando.

Para enfrentar um friozinho cortante e congelante nada melhor que um delicioso prato de sopa quentinha e claro, um belo vinho. Não é muito simples harmonizar sopa e vinho, uma vez que a alta temperatura do prato e sua textura, em geral incompatível com vinho, dificultam esta harmonização. Para tal, deve-se  prestar atenção na textura e no sabor da sopa, para ficar menos complicado.

Assim, não deve-se desperdiçar grande vinhos, complexos, elegantes e delicados nesta harmonização porque eles simplesmente desaparecerão, melhor optar por vinhos mais fortificados, com bom teor alcoólico que conseguem resistir melhor as altas temperaturas que permanece na boca a cada colherada de sopa quentinha.

Uma das sopas mais populares no inverno, em todo o país, é a sopa de Capelleti, de origem italiana e apreciada por todos, em geral feita em caldo do tipo brodo. Por ser uma sopa leve, com um caldo leve não é necessário um vinho muito encorpado. Um vinho tinto levemente ácido e frutado, tal como o Chiantti ou um Valpolicella, cai muito bem. Eu gosto de por um pouco de vinho na sopa.

O chiantti é um tinto italiano produzido na região de Toscana, todo filme romântico, que se passa nesta região sempre vem acompanhado de uma garrafa deste vinho. É produzido com uvas tintas sangiovese (que predominam) e caniaolo e uvas brancas trebiano e málvasia.   Seco, com notas de fruta muito concentrada, aromas de violeta e cereja, combina com comidas leves. É um vinho bastante popular na Itália e no mundo todo, não há quem não conheça a típica garrafinha do chiantti envolta em palha. Mais de sete mil vinícolas produzem este vinho na Itália.

Outra sopa que faz muito sucesso no inverno é a sopa de cebola francesa, que é preparada com vinho branco, cebolas caramelizadas em tomilho, complementada com fatias de pão levadas ao forno, primeiramente, para ficar levemente torradas, e depois gratinar o queijo gruyére posto sobre elas.


Uma das melhores sopas de cebola que já comi, foi em um restaurante simples em Hué, no Vietnam, em 2006, deixando claro o legado de colonização francesa, do tempo em que o Vietnam fazia parte da Indochina (Vietnam, Laos e Camboja). Foi uma agradável surpresa, infelizmente por ser um restaurante muito simples e o país ainda se ressentir das agruras da guerra e do regime comunista, não tive o prazer de desfrutar a sopa acompanhada de um bom vinho merlot, ou como segunda opção um cabernet.

A serra gaúcha produz excelentes merlots, sendo a uva emblemática da região. Ela produz um vinho encorpado, intensamente frutado, complexo, com uma estrutura harmônica e perfeito equilíbrio. Apresenta uma cor vermelho-púrpura, seus aromas são densos e frutados, tendo uma boa evolução e complexidade. O paladar é rico, macio, perfeitamente equilibrado, sedoso e de grande classe.


Vinhos Merlot selecionados, ou seja, os grandes Merlots, podem ter potencial para longo envelhecimento, porém a grande maioria deles está pronta para ser consumida entre 4 e 8  anos.  A temperatura ideal de consumo é  entre 15° e 18°C.


Várias vinícolas do Sul produzem excelentes merlots, segue algumas sugestões:  Merlot da Villagio Laurentis, reserva especial; Pizzato Reserva Merlot DNA; Familia Piagentini Boutique Reserva Merlot 2008, Marco Luigi Merlot Reserva da Familia; Lovara Merlot 2009; Lidio Carraro Reserva da Serra Merlot 2006; Merlot Milantino 2005.

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