Não
há a menor dúvida de que todo apreciador de vinho pelo menos uma vez na vida,
ao comprar uma garrafa de um vinho especial, de boa safra e de excelente
qualidade, não deu a menor importância ao preço, mesmo que isto tenha
representado um verdadeiro rombo no cartão de crédito. Tudo o que ele queria
era desfrutar deste liquido dos deuses, em sua plenitude e, porque não, ter o
prazer de haver consumido um vinho caríssimo.
Mas
recentemente alguns produtores de vinho andam exagerando na quantidade de zeros
nos preços das garrafas. Os vinhos se tornaram objetos de luxo tal como um
relógio Patek Philippe, uma caneta Mont Blanc, um vestido Dior, uma bolsa
"Lana J. Marks Cleopatra Bagn ou uma joia da centenária joalheria francesa Van Cleef & Arpels.
Um amigo meu me enviou uma artigo sobre o vinho mais caro do
mundo, o australiano Penfolds
2004 Block 42, engarrafado em ampolas de vidro de 750-ml e caixa de madeira que
custa apenas US$ $168,000, considerando o dollar de hoje 2,02, a garrafa
custaria R$339.360,00.
Este
vinho é produzido em um único e raro vinhedo, cujo produtor reivindica a posição
de a mais velha produção, de forma continuada, de vinhos Cabernet Sauvignon no
mundo. Serão vendidas apenas 12 ampolas deste vinho, que apesar de caríssimo,
sua garrafa tem um formato um pouco estranho. Ela foi desenhada e feita
soprando o vidro por Nick Mount, um mundialmente renomado artista do vidro que
vive em Adelaide no Sul da Austrália.
Com
sinceridade, eu acho que não tenho um paladar tão extraordinário ou tão apuradíssimo,
ou mesmo treinado para poder distinguir toda a beleza de um vinho com um preço
exorbitante como este, de outro vinho com preço bem menos extravagante. Apesar
de amar vinho eu gastaria este dinheiro em um apartamento com uma bela sacada,
uma lareira e uma vista maravilhosa.
Eu
diria que quem gasta tanto dinheiro assim em um vinho está menos preocupado com
o seu sabor e mais com o status que a compra de uma garrafa dele pode lhe dar
em seu círculo social, tal como os artigos de luxo mencionados anteriormente.
Tanto que em todos os artigos que encontrei sobre o lançamento deste vinho, há
uma farta descrição dos profissionais renomados e as etapas de como foi
concebida a ampola e a caixa de madeira, mas nem uma única palavra sobre o
vinho, propriamente dito.
Mas
este artigo me levou a pesquisar sobre vinhos extremamente caros e descobri que
em março deste ano a tradicional casa de leilões Sotheby realizou o segundo maior leilão de vinhos de sua história, com as
vendas atingindo 2,76 milhões de euros com 97% dos itens vendidos. Os lotes de vinhos
da região de Borgonha, em especial os de Domaine de la Romanée-Conti e
Henri Jayer (os mais caros do mundo), foram os mais disputados por compradores
online e por telefone de 21 países diferentes atingindo preços muito acima dos
estimados. O lote principal deste leilão eram três garrafas de Cros Parantoux
1990, de Henri Jayer Vosne-Romanée, vendidas para um comprador asiático por
42.300 euros, 14 mil euros acima do esperado.
Em
03 de abril esta mesma casa de leilões realizou um leilão de vinhos históricos em
Hong Kong, onde em apenas dois dias eles venderam
100% de seus lotes e arrecadaram o
equivalente a 8,2 milhões de dólares. Dos lotes vendidos os principais foram um
vinho Pétrus 1982 vendido por quase 70 mil dólares; três double magnums do
Lafite 1982 por 6,5 mil dólares e uma caixa dessa mesma safra de
Lafite por 37,6 mil dólares.
Você consegue se imaginar
pagando US$ 156.4590,00 por uma garrafa de vinho?
Pois esta foi a pequena fortuna que o bilionário Malcolm Forbes pagou em
meados da década de 80 por uma garrafa que continha
um vinho de 1787 que, se dizia, pertencia à adega do presidente Thomas
Jefferson, um grande amante de vinhos de Bordeaux, pelo fato de que na garrafa
estava gravado Th.J. Apesar do valor histórico e do preço alcançado pela
garrafa no leilão, para a demonstração ela foi colocada na posição errada
(vertical) e sob um forte foco de luz, resultado a rolha secou, caiu para
dentro e o vinho perdeu-se. E lá se foram US$156.4590,00 e um pedaço da história Norte Americana.
O vinho
francês Romanée-Conti é considerado um dos vinhos mais caros do mundo, cuja
garrafa pode custar até US$12.000,00. Este vinho é tão caro porque além do
sabor apreciadíssimo sua produção é bastante reduzida, uma vez que a vinícola
de suas preciosas uvas ocupa uma párea de apenas 1,8 hectares, mais ou menos o
tamanho de um campo de futebol.
Em março deste ano
a família Eguren criou o vinho "Premier" Teso de La Monja , o vinho mais caro da
Espanha, que custa 900 euros. A vinícola
produziu apenas 828 garrafas, ele é fruto de uma experiência exclusiva em uma
área de 1,8 hectares ,
o mesmo tamanho do Romanée-Conti, cultivado com todos os cuidados e técnicas biodinâmicas, além de ser elaborado
com um depósito de madeira único na Espanha.
Para encerrar este
artigo convido vocês a brindar comigo com um dos champagnes mais caros do mundo
o Perrier-Jouët, fabricado na França pela produtora de bebidas
Pernod-Ricard e que custa algo em torno de $4.166 euros. Tim, Tim!!!
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