Lendo revistas, sites e artigos sobre vinhos reparei
que há uma estreita relação entre os vinhos e os ricos e famosos. Vários atores
e diretores de Hollywood e cantores famosos são donos de vinícolas e se dedicam
a este ofício com cuidado e sofisticação.
Na realidade aqui
entrou muito mais a paixão dele e de sua esposa
pela vinícola e por vinhos, do que por investimento, uma vez que a propriedade, nos anos 70, havia quebrado e o seu tradicional rótulo
Inglenook foi vendido. Mas é claro que ele não perdeu dinheiro nisto, ao
contrário ele faz investimentos pesados na produção de vinhos.
Para a compra da
propriedade o cineasta investiu
parte do dinheiro ganho com os filmes da saga da família Corleone, mudou seu nome para Niebaum-Coppola Winery Estate. e passou
os 20 anos seguintes se dedicando a
recuperar os vinhedos e a produzir seus próprios rótulos. Como resultado foram produzidos
vinhos de qualidade como o Rubicon safra 2005, um tinto escuro e encorpado
produzido com 95% de uva Cabernet Sauvignon, 4% de Petit Verdot e 1% de
Cabernet Franc.
Na empreitada de recuperar a propriedade, Coppola também reimprimiu o rótulo Inglenook nas garrafas do Cask Cabernet 2009, vinho que é produzido de forma orgânica com uvas Cabernet Sauvignon, oriundas dos centenários vinhedos locais e envelhecido, por 22 meses em barris de carvalho americano.
Ele deu ao novo rótulo do vinho um estilo retro, quase uma replica do rótulo original do Inglenook Cabernet do final dos anos 50, onde aparece o desenho da fachada do imóvel, numa homenagem ao Inglenook Cabernet Sauvignon, de John Daniel Jr., que
entre os anos 30 e 40 produziu muitas das maiores safras de
Inglenook.
O tenor Andrea
Boccelli, um apaixonado por vinhos, também
lançou uma linha de vinhos italianos em parceria com seu irmão. O vinho
produzido por eles é elaborado 100% de uvas Sangiovese colhidas da região de Morellino di
Scansano, na Toscana. Ele produz também em sua vinícola os vinhos In Canto
Cabernet Sauvignon, Alcide, feito com Sangiovese e Cabernet e Terre di Sandro
old-vine Sangiovese. É claro, como não poderia deixar de ser, além da
assessoria de um bom enólogo, para cuidar da qualidade dos vinhos que produz,
ele agrega valor ao rótulo onde consta o seu nome.
No Brasil, não se vê esta relação tão próxima entre atores, cantores
e famosos com a produção de vinhos. Uma exceção é o locutor esportivo Galvão
Bueno que vem aventurando-se na produção de vinhos em parceria com a Miolo Wine
Group.
Galvão é um grande amante dos vinhos e esta paixão levou-o a
lançar oficialmente em agosto de 2010 a sua linha exclusiva de vinhos, produzidos na Campanha Gaúcha, no
famoso paralelo 31°, onde está localizada a Bella Vista Estate Bueno, próximo a
fronteira com o Uruguai. Ele produz o
Bueno Paralelo 31, vinho tinto, corte de cabernet-sauvignon, merlot e petit
verdot e o Bueno Cuvée Prestige um espumante feito com uvas chardonnay e pinot
noir. Os vinhos são produzidos pelo enólogo Adriano Miolo e o conhecidíssimo consultor
Michel Rolland.
Em
abril deste ano, durante a inauguração da Miolo Wine Store, anexo à
Churrascaria Betemps, Galvão Bueno
anunciou o início da produção em Candiota, do vinho Bueno 1836, que deverá ser
lançado em 2015. O vinho vai combinar três safras 100% Petit Verdot (uva tinta
clássica francesa).
O
nome deste vinho é uma alusão à data da Batalha do Seival, um
conflito militar, durante a Revolução Farroupilha, que propiciou a proclamação
da República Rio-Grandense pelo Cel. Antônio de Sousa Neto, um dos comandados
de Bento Gonçalves. O embate deu-se nos campos dos Meneses, que fica na atual
cidade de Candiota, cruzando o arroio Seival.
Em
Candiota é onde está localizada a Fortaleza do Seival Vineyards
da Vinícola Miolo. Onde este empreendimento está situado há um apelo histórico
muito forte, pois a Estância do Seival foi palco desta histórica Batalha. Lá estão
também as ruínas da “Quinta do Seival”, uma das primeiras vinícolas brasileiras
onde, por volta de 1900, já eram produzidos vinhos finos.
Outros
exemplos de famosos que produzem vinhos são
o cantor Dave Stewart, que lançou o vinho Ringmaster General Shiraz 2010, da vinícola
Mclaren Vale em uma garrafa com edição limitada e o
roqueiro Lemmy, do Motorhead que também têm suas próprias marcas de vinho. O astro chinês do basquete Yao Ming
acaba de lançar um vinho feito com uvas cabernet sauvignon, produzidas na Califórnia, no Vale do Napa. Ele produz este vinho focando especialmente o
mercado de luxo asiático. Cada garrafa está sendo vendida por US$ 289 (cerca de
R$ 540).
A Banda Train abriu uma vinícola no Vale de Livermore, São
Francisco, com o nome de seu último álbum Save Me, San Francisco.
O ator espanhol Antonio Banderas, com um projeto em 1999, decidiu sozinho
produzir o seu próprio vinho chamado de Antas Banderas, localizado na região de
Ribeiro Del Dueiro na Espanha. Os vinhos escolhidos para ser servidos no
casamento de Brad Pitt e Angelina Jolie, que deverá acontecer em breve, são de seu Château Miraval, em Côtes de Provence, França. Um dos
vinhos escolhidos é Provençal Rosé Pink Floyd, que ganhou esse nome por causa
da banda de rock Pink Floyd, que gravou parte do famoso álbum The Wall, no Château, onde ficava o
estúdio Miraval nos anos 70.
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