O espumante é
um vinho cuja efervescência resulta de uma segunda fermentação alcoólica, em
garrafa ou outros recipientes fechados, produzidos pelos processos tecnológicos
clássicos e admitidos por lei.
O vinho
espumante natural é um vinho cujas características e métodos de fabrico foram
importados de França. Dos vinhos espumantes naturais faz parte a mais famosa de
todas as bebidas, o Champagne.
Madame Lilly de Bollinger,
proprietária da casa do Champagne Bollinger, gostava tanto do espumante que
produzia que costumava dizer: ”Bebo champagne quando estou feliz e também
quando estou triste. Às vezes bebo quando estou sozinha, mas quando tenho
companhia considero obrigatório! Se estiver sem fome, bebo champagne, e também
bebo quando estou faminta. Às vezes eu nem toco na bebida, a menos que tenha
sede...”. Sábia senhora!!!!!!
Champagne é um tipo de vinho espumante elaborado sob normas regulamentadas,
numa região a 150 km de Paris,
que compreende o Vale do Rio Marne, as elevações da cidade de Reims e a Côte
des Blancs, conhecida como a região de Champagne. Só os espumantes dessa região podem levar no rótulo a indicação
"Champagne".
Uma curiosidade, vocês
sabiam que uma garrafa de champagne tem uma pressão de 75 a 90 libras por
polegada quadrada, ou seja, cerca de três vezes superior a que se usa no pneu
de um automóvel. Esta era uma das razões porque nos idos de 1700 para entrar
numa cave usava-se uma máscara de ferro, pois devido a baixa qualidade das
garrafas de vidro na época, elas estouravam com facilidade por causa da pressão
da bebida, como consequência destes estouros perdia-se de 20% a 90% da produção.
A maioria deles é elaborada
por meio dos métodos criados e utilizados na França para elaboração de seus
espumantes.
O método mais
conhecido é o Champenoise
ou Método Clássico, que foi desenvolvido na França, na região
de Champagne, daí o nome, e até hoje utilizado nas famosas casas francesas da
região por ser o que garante uma qualidade superior aos vinhos. Era o único
método disponível até o surgimento de práticas industriais que levaram ao
método Charmat. Devido à sua característica artesanal, este método encarece o
produto final se comparado com o custo mais baixo dos vinhos elaborados com o Método
Charmat. As uvas permitidas para a elaboração deste tipo de espumante são a Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay.
Alguns espumantes
brasileiros produzidos por este método são o Cave Geisse Nature, Brut Adolfo Lona, Pizzato Brut Branco,
Elegance Champenoise Brut da Peterlongo, Miolo Millésime e claro tratando-se de
champagne Moët & Chandon Brut
Imperial, Veuve Clicquot Ponsardin Brut, Nicolas Feuillatte Brut Réserve
Particulière
O Método
Charmat, foi inventado em 1895 pelo enólogo italiano Federico
Martinotti, mas foi patenteado pelo francês Eugène Charmat em 1907, daí o nome
Método Charmat, que os mais puristas chamam de Charmat-Martinotti. Aqui o vinho é submetido à segunda fermentação em tanques de aço inoxidável,
ao invés de na própria garrafa como no método champenoise, e é engarrafado sob
pressão. Este método se assemelha ao utilizado para fabricar refrigerantes, mas
difere desse, uma vez que o gás carbônico do espumante é produzido na segunda
fermentação e no refrigerante é adicionado por uma fonte externa ao processo. As
uvas utilizadas para fazer este tipo de espumante em geral são a chardonnay, a
pinot noir e a reisling itálico. Este método é utilizado para espumantes mais complexos e estruturados, tais como os Proseccos e Sekts. No Brasil, por esse processo é utilizado para os Moscateis, Extra-brut, Brut, Sec e
Demi-Sec.
Alguns do espumantes brasileiros preparados por
este método são o Salton Brut,
Salton Prosecco, Chandon Réserve Brut, Aurora
Chardonnay, Dom Candido Brut, Dádivas da Lidio Carraro.
Há também o Método Asti, que surgiu na Itália, na região que leva
esse nome, no Piemonte. Por esse método, o gás existente é resultado direto da fermentação das
cepas. Esse
produto, ao contrário de outros espumantes elaborados com duas fermentações, é
submetido a uma fermentação parcial. Para sua elaboração, parte-se do mosto da
uva e não do vinho base. A fermentação é interrompida a 7% ou
no máximo 10% de álcool.
Este
método é principalmente para a produção de espumantes Moscatel ou Asti, como
são denominados na Itália. Como a uva moscato ou moscatel já é mais doce que as
outras uvas e como não existe a segunda fermentação, que transforma o açúcar da
uva em álcool, esse espumante fica mais adocicado e com menos álcool. Assim,
têm-se vinhos doces, frescos e aromáticos. Muitos espumantes, na Itália, da Cepa
Moscatel, são feitos por este processo. Aqui no Brasil ele também é
utilizado para produzir este tipo de espumante. Para quem gosta de espumante
brut, como eu, é muito doce, mas ,
pode ser um bom aperitivo ou um bom acompanhamento para sobremesas.
Alguns dos espumantes produzidos no país por este
método são o Espumante Do Lugar Moscatel
(Vinícola Dal Pizzol), Marco Luigi Moscatel (Vinícola Marco Luigi), Terra Nova
Moscatel (Vinícola Miolo), Aurora Moscatel Rosé
Muitas vezes ao
escolhermos um vinho espumante ficamos na duvida com relação a sua classificação,
brut, sec, demi-sec. Enfim o que
significa isto? Esta é uma classificação utilizada com relação ao teor de
açúcar (gramas/litro) que contém o espumante. Assim temos:
Nature (zero dosage): até 3 gramas por litro;
Extrabrut: até 6 gramas por litro;
Brut: menos de 15 gramas por litro;
Sec: entre 17 e 35 gramas por litro; Sec, ao contrário do que
parece, não é seco, mas levemente adocicado;
Demi-sec: entre 33 e 50 gramas por
litro; o Demi-Sec, é o meio adocicado;
Doux: acima de 50 gramas por litro; creio que o Doux dispensa
explicações, mas seria o espumante doce.
No século 19 o
champagne era uma bebida com um teor de açúcar muito mais alto do que
atualmente estamos acostumados, tinha algo ao redor de 250 a 300 gramas por litro. Como vocês podem
notar no texto acima um espumante demi-sec tem no máximo 50 gramas por litro,
ou seja, o champagne nesta época parecia mais um licor com espuma. Mas uma
mulher, sempre elas,as grandes amantes dos espumantes, Madame Pommery, foi a responsável em 1874,
pela criação do espumante brut, mais seco, com menos açúcar, que estamos
acostumados a beber.
A novidade mais recente são os espumantes Rosés feitos de uva
Malbec, produzidos pela Argentina. A Bodega Navarro Correas produz um Brut
Malbec Rosé elaborado com 100% de uvas Malbec. Os espumantes Rosés são produzidos a partir de uvas tintas, ou uma
mistura de tintas e brancas. No início da fermentação as cascas das uvas tintas
ficam durante algumas horas, passando uma leve coloração para o vinho base, que
fica rosado. O restante do processo é similar aos espumantes brancos. Os
espumantes Rosé são mais complexos, têm mais corpo, um leve tanino,
O Brut Malbec Rosé tem
cor rosada intensa e brilhante. Aromas
de cerejas, ameixas e frutas vermelhas. De sabor frutado e fresco com boa persistência.
A principal vocação dos espumantes rosé é a harmonização com a gastronomia,
assim, este espumante harmoniza bem com aves em geral, massas com molhos
cremosos e peixes, é um bom acompanhante para alimentos salgados e de sabor
intenso como presuntos e embutidos. Deve ser servido a temperatura entre 5°C e 7°C, perfeito para o verão quente que se
aproxima e seguramente uma boa opção para as noites de Natal e Ano Novo. É a
minha escolha para as festas de fim de ano, custa R$50,00 a garrafa.
Feliz
Natal e que todos sejamos muito felizes em 2014!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!